O Homem-Aranha voltou!

Foto: Jeff Dean / AFP

No começo dos anos 2000, o solerte repórter Júlio Cruz, do Jornal da Tarde, foi entrevistar o piloto Helinho Castroneves. Antes, passou em uma loja de fantasia e alugou uma de Homem-Aranha. Helinho aceitou e as fotos ficaram ótimas. Vinte anos depois, em Indianápolis, Helinho voltou a escalar a grade que separa a pista do público, celebrando de maneira eufórica sua quarta vitória nas 500 milhas.

Helinho colocou seu nome ao lado de Rick Mears, Al Unser e A. J. Foyt como tetracampeão das 500 Milhas de Indianápolis, o único piloto não-americano.

A conquista é para poucos, como se vê, em uma prova que começou a ser disputada em 1911. Os pilotos brasileiros são vistos com muito respeito em Indianápolis. Depois dos americanos, os brasileiros é quem mais venceram a corrida – oito vitórias – desde a primeira, com Émerson Fittipaldi, em 1989. Ingleses, escoceses e franceses somam quatro vitórias cada. Helinho, aos 46 anos, quase iguala o recorde de piloto mais velho a vencer no circuito que pertence a Al Unser, com 47 anos, em 1987.

Estive em algumas das conquistas brasileiras e pude perceber o carisma de Helinho quando chega ao autódromo e é imediatamente cercado por jornalistas e admiradores. E não é de agora. Sua terceira vitória aconteceu em 2009, depois de chegar em primeiro nas corridas de 2001 e 2002, as duas primeiras que disputou neste circuito oval de 2,5 milhas. Fui uma testemunha privilegiada da conquista brasileira em 2003 quando os pilotos brasileiros ocuparam as três primeiras posições da corrida com a vitória de Gil de Ferran seguido por Hélinho e Tony Kanaan. Bandeiras brasileiras se destacavam em pontos diversos das arquibancadas com cerca de 300 mil pessoas.

Neste domingo, um público reduzido de 135 mil pessoas, por conta da Covid-19, aplaudiu muito a vitória de Helinho depois de um empolgante duelo com o espanhol Alex Palou. E Helinho, que deixou a prestigiosa Penske, venceu por uma equipe sem tradição, a Meyer Shank Racing.

A TV Cultura deu sorte e na transmissão de sua primeira 500 Milhas pôde destacar a vitória brasileira no excelente trabalho do narrador Geferson Kern e o comentarista Rodrigo Mattar. E manteve no ar, durante vários minutos, toda a vibração do piloto, correndo, recebendo abraços, subindo ao pódio e bebendo leite.

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