O blog traz novamente uma nova entrevista com os Promotores de eventos do MMA Nacional.
Desta vez, o entrevistado é Andrews Henrique, que assim como os outros participantes, respondeu a uma série de perguntas elaboradas pelo blog.
Andrews é Presidente do AFC (Américas Fighting Championship), evento paulista que realizou dois eventos e a primeira edição de um evento em uma faculdade.
Como você enxerga o cenário do MMA nacional hoje?
Acho que o esporte está evoluindo muito bem. Sempre está surgindo novos atletas profissionais e os mais experientes estão se dedicando cada vez mais. Vejo um futuro promissor do esporte, mas ainda falta incentivo público, profissionais e empresas que apoiam não só os atletas, mas os eventos também.
Hoje temos muitas Comissões, Federações, o que pode ser feito para tentar diminuir e acabar com o amadorismo no esporte?
Infelizmente este cenário prejudica o atleta, o evento e o esporte em si. A existência de uma confederação ou federação infelizmente no Brasil não tem o mesmo objetivo como por exemplo nos Estados Unidos.
Na minha opinião, para tentar acabar com o amadorismo do esporte somente a união dos atletas, das equipes e dos eventos ajudariam a mudar o esporte para melhor.
As confederações e federações sérias que pensam em prol do esporte deveriam capacitar árbitros, cutmans e médicos. Dar um treinamento aos prestadores de serviços nos eventos.
Como você enxerga a TV aberta no MMA? Como ela poderia ajudar a desenvolver e divulgar o esporte?
O MMA na TV aberta é um grande passo para a popularização do esporte, mas ainda estamos muito longe do futebol.
A criação de programas de TV sobre MMA na TV aberta com ao menos metade da exposição que o futebol tem, iria atrair mais investidores tanto para os eventos quanto para os atletas. Ainda falta “profissionalizar” o MMA na TV aberta.
Temos muitos atletas que lutam muitas vezes seguidas, porque não conseguem bolsas suficientes para pagar as contas. Pelo lado do promotor, o que o evento pode ajudar nesta parte?
Falar em bolsas infelizmente é algo bem delicado. Vivemos num país onde os eventos pagam pouco, mas se compararmos a diferença do UFC com os eventos nacionais, encontramos muitas diferenças.
O UFC conta com PPV, incentivo dos governos, ingressos caros mas que se esgotam rápido, envolve cassinos e entre outras coisas entra os patrocinadores do evento.
Já os eventos nacionais contam com patrocinadores raramente assim como o apoio de prefeituras.
No Brasil não se lota um evento, não se vende PPV, preços dos ingressos são outros e tudo isso influencia na bolsa dos atletas.
Já nos aspecto no que podemos ajudar os atletas, na nossa estratégia é promovê-lo muito para ele atrair patrocinadores próprio e dar um respaldo caso necessário.
Temos parceiros como fisioterapeutas entre outros profissionais que podem ajudar os atletas, dar um tratamento diferenciado, pode ajudar a diminuir o impacto na baixa bolsa praticada pelo mercado do MMA no Brasil.
Como o MMA poderia ser atraente para o mercado publicitário?
Vejo um mercado difícil. Além da exposição na TV aberta, ainda falta mudar um pouco a cultura das empresas em investirem nos esportes no Brasil e o MMA é um dos principais esportes hoje.
Empresas grandes só investem no UFC e as médias e pequenas não enxergam oportunidades além disso, temos que pensar que somos muito mais que promotores de eventos, temos que pensar diferente.
Mesmo trabalhando com uma agência de publicidade parceira é difícil. Temos que implementar novos formatos, novas linguagens e inovar a cada dia, a cada evento. Ainda não vivemos o “Boom” do mercado publicitário no MMA.
Criar um sindicato de atletas seria viável?
Neste caso existem vários prós e contras. O atleta terá um respaldo, será reconhecido, terá seus direitos trabalhistas mas sindicato terá seus custos ao qual novamente deverá ter impacto direto na bolsa do atleta.
É uma questão de se pensar muito bem para não ter a mesma finalidade que uma confederação tem hoje, mais a principal preocupação é ter pessoas e profissionais em prol do esporte.
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