Precisamos falar sobre racismo

A gente precisa falar sobre racismo. Precisamos mesmo.

Se muitos ainda acreditam que esse tipo de preconceito não existe no Brasil, eles precisam ouvir algo: estão errados. O maior reality show do país escancarou isso, ontem mesmo, em horário nobre.

E, é claro, o esporte não fica de fora.

Bananas em campo são apenas um exemplo do racismo. Torcedores imitando macacos na arquibancada são outro. E sabemos: em muitos casos, não há uma ação efetiva por parte das autoridades para acabar com isso. Sofre Tinga e Daniel Alves. Sofre Roberto Carlos, Aranha e Dentinho. Sofre o João, na casa mais vigiada do Brasil. Sofre eu e você.

Lembra quando ngelo Assunção, ginasta da Seleção, sofreu racismo de seus colegas de equipe? O ano era 2015. Nem faz tanto tempo assim.

“Seu celular quebrou: a tela quando funciona é branca… quando ele estraga é de que cor? (risos)”, perguntou, em vídeo Arthur Nory. “Preto!”, dizem outros atletas que não podem ser identificados na imagem. E eles seguem: O saquinho do supermercado é branco … e o do lixo? É preto!”.
Nory se desculpou, é verdade. Isso é importante também (mesmo que tenha demorado cinco anos). “Um ato de preconceito só precisa de uma oportunidade para acontecer. Enquanto a gente tiver medo de assumir a ignorância, qualquer um de nós pode estar machucando alguém, mesmo sem perceber”, afirmou Nory, em 2020.
Eles são um exemplo micro do macro que é o preconceito no esporte. A desculpa quando convém, a transformação do preconceito em brincadeira e, porque não, a vitimização (alô, Rodolffo) são exemplos de atitudes produzidas por esses “preconceituosos aprendizes”.
Se o esporte é um instrumento de mudança e inserção social, é nele, também, que essa luta social pode se apoiar.

CERTO, MAS NO ESPORTE, POR ONDE COMEÇAR?

Nesta terça, o Comitê Olímpico do Brasil lançou o curso Esporte Antirracista: Todo Mundo Sai Ganhando. Na abertura, um time de peso: escritora e filósofa Djamila Ribeiro, a atleta olímpica e campeã mundial, Daiane dos Santos, o campeão olímpico e diretor-geral do COB, Rogério Sampaio, e Fabio Eon, coordenador do Programa de Ciências Humanas e Sociais da UNESCO.

(Foto: Divulgação)

Desenvolvido pelo Instituto Olímpico Brasileiro (IOB), o curso é destinado a atletas, treinadores, gestores, profissionais das ciências esportivas e demais interessados. A iniciativa é gratuita, virtual, tem carga-horária de 30 horas e está dividido em três módulos: Racismo: será que ainda existe racismo no Brasil?; Aprendendo os conceitos; e Sejamos todas e todos antirracistas!

Essa é apenas uma das formas de ajudar nesse movimento.

Afinal, não basta não ser racista. É preciso ser antiracista.

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