Pia fala sobre adaptação no Brasil e clima da Seleção

Em 2020, a Seleção Feminina se reuniu em quatro oportunidades (Foto: Mariana Sá/CBF)

Carismática, Pia Sundhage, técnica da Seleção feminina de futebol, viralizou algumas vezes na internet desde que chegou ao Brasil. 

Se ela diz ter dificuldade para falar português, não a demonstra cantando. De clássicos da cultura local como Anunciação, de Alceu Valença, até músicas que são sucesso com as crianças (Fazendinha, do Mundo Bita, por exemplo). Pia canta (bem!), toca violão e esbanja um português que soa fluente.

Toda a simpatia de Pia é refletida no dia a dia da Seleção.

Fã de surpreender as pessoas e demonstrar seu respeito, Pia compartilha nas redes sociais momentos de descontração durante os períodos de treinamento. Apesar de também “não saber sambar”, a sueca não hesita em tentar.  “Eu consigo dar o meu melhor quando estou em um bom ambiente”, explica ela. “Às vezes, estamos muito muito focadas no jogo, às vezes, estamos dançando e fazendo coisas loucas”.

Seja ao som de raça negra ou instruindo suas atletas na beira do gramado, o maior desafio da técnica no comando da Seleção é entender como pode alcançar a cultura e a história de cada jogadora. “É muito importante para mim entender quem eu estou treinando, porque preciso estabelecer prioridades para conseguir sucesso para esse time”, destaca.

ENTRE RAZÃO E EMOÇÃO

Técnicas e emocionais. É assim que Pia descreve as jogadoras brasileiras. Características, segundo a sueca, ótimas em um dia bom, mas difíceis de lidar em dias ruins. 

“Quando as coisas vão bem, a emoção é um ponto forte nosso. Temos muita coragem, uma boa parte técnica, conseguimos mudar os rumos do jogo”, analisa. “Mas quando as coisas não vão bem, é importante reagrupar e trabalhar juntas as dificuldades”. 

“Às vezes, você tem um ‘dia de folga’, não fez o seu melhor, e tudo bem. Mas não é ok ter “dois dias de folga” e não dar o seu melhor, porque isso pode virar um hábito e você não se empurra a um nível que você se desafia”, ressalta a técnica.

Para ela, o desafio constante e o amor pelo jogo são os diferenciais que fazem uma jogadora ser convocada. “É importante colocar novos óculos, o tempo todo, e não ficar usando óculos antigos”, destaca. “Não importa seu nome, sua idade, quanta experiência você tem. Se você ficar acomodado, você terá um problema. Tem as jogadoras novas que chegam animadas, elas não sabem tanto, não tem tanta experiência, mas elas tem o amor pelo jogo e querem ser convocadas novamente”. 

PÓDIO DE NOVO?

Pia quer, pela terceira vez, subir no lugar mais alto do pódio em Olimpíadas. Depois do bicampeonato com a Seleção norte-americana, o objetivo, agora, é conquistar o ouro vestindo a camisa canarinho. Para isso, a técnica fez uma nova convocação, na última semana. O grupo volta a se reunir entre os dias 5 a 20 de janeiro do ano que vem, em período que não corresponde a Data FIFA.

Em 2020, a Seleção Feminina se reuniu em quatro oportunidades. Para ela, agora, o ataque da seleção está bem alinhado e é preciso reforçar a defesa. “Esperançosamente, vamos ter ótimos oponentes ano que vem e vamos ter mais defesas a fazer”.

 

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