Caros leitores e leitoras, por razões óbvias produzidas pela pandemia observamos comportamentos de crianças e adolescentes que, sem grandes recursos, tentam superar as dificuldades impostas pelo momento vivido. Algumas crianças passaram a conviver com os meios eletrônicos para continuarem desenvolvendo suas habilidades e competências. Os mesmos celulares que foram tratados como vilões da formação destas mesmas crianças e a realidade do afastamento social fez com que de vilões fossem transformados em parceiros da educação no lar. O desenvolvimento do chamado intelecto está, de uma forma ou de outra, sendo suprido pelas tecnologias digitais, ensino remoto, ensino híbrido, delivery educacional e tantas outras formas para a aprendizagem. No entanto, em termos de movimento, corporeidade e expressão corporal as limitações continuam existindo e, graças a alguns docentes criativos e que souberam superar as velhas metodologias, as crianças estão aprendendo a realizar tarefas motoras individuais em seus lares.

A solução não encontra semelhança com os espaços que são objeto de questionamento, por parte de alguns professores, quanto à ausência dos recursos didáticos ou tecnológicos para a aprendizagem motora, não é? Não há quadras, não há parceiros, não há a competição entre grupos, há, e felizmente, apenas a pessoa que anseia por movimento (aliás altamente reduzido nestes meses). O que fazer para mobilizar crianças no espaço do lar sem o arcabouço de conhecimentos ligados aos esportes institucionalizados? E agora José? A quadra se foi. A rede não mais está presente, os “adversários” estão distantes, a criança não aprendeu a realizar seu desejo de movimento para além das práticas oriundas do quarteto mágico.

Felizmente, há professores que souberam superar as dificuldades. Vejam, quando lhes for possível, na internet as alternativas que vários blogs, páginas de facebook disponibilizaram nestes meses. Surpreendam-se com a criatividade e atenção às crianças. Muito bom, não é?