Por longos anos, séculos melhor seria, as aulas de Educação Física Escolar foram pautadas pelas propostas biológicas e ditatoriais, condizentes com o tempo humano vivido. As propostas docentes para os alunos, obrigações de cumprir o apresentado e no padrão docente determinado, dominaram o espaço de desenvolvimento de potencialidades humanas.
Este posicionamento, felizmente superado, tinha como sustentação as práticas oriundas dos quartéis, origem das Ginásticas no seio das escolas. Rui Barbosa em uma de suas manifestações mencionou “As ginásticas devem ser oferecidas nas escolas desde a mais tenra idade para tomar o corpo das crianças de forma a não abandonarem suas práticas corporais na academia” – adaptado por este autor. A visão predominante era a obediência aos desejos docentes, a existência de um padrão único para os exercícios e quantidade, frequência e duração determinados pelo docente de forma única para todos os alunos ou alunas (as turmas eram divididas por sexo).
Apropriação de conhecimentos sobre seus corpos, competências e possibilidades não existiam. Portanto, não havia oportunidade para o desenvolvimento da autonomia decisória sobre seus corpos. Esta pode, em nosso entendimento, ser a forte razão da existência da figura do personal trainer, talvez.
Como pontua David Le Breton, “nós somos corpo e corporalmente estamos no mundo”, exlcuindo a presunção da proposta de dicotomia entre corpo e mente.