Foram os romanos os primeiros a inventar “pão e circo” para o povo. Infelizmente, a CBF resolveu manter um política parecida em relação ao campeonato brasileiro. A competição não será paralisada por causa da tragédia que abala o Sul do país. Até o dia 27 desse mês, clubes gaúchos mandantes ou visitantes terão jogos adiados. Ou seja, prevaleceu os interesses de promotores do evento, tais como TV dentre outros. A gravidade da situação não foi levada em consideração. Para os dirigentes o futebol vale mais do que as vidas perdidas.

Enquanto o número de mortos e desabrigados cresce dia a dia, a entidade máxima do futebol faz uma “gambiarra” no calendário. A medida afeta quatro divisões do torneio. Masculino (A, B, C e D); Feminino (A1, A2 e A3); sub 20 masculino e feminino; e a Copa do Brasil. Quando existem milhões de reais em jogo, o “jogo” é bem outro. Vence quem tem mais “cartas na manga” ou dinheiro investido. O ser humano e toda a dramaticidade que envolve a tragédia gaúcha vão para segundo plano.

Embora os estádios de Grêmio (saqueado semana passada) e Internacional estejam inundados, as partidas poderiam ser transferidas para outras praças esportivas sem prejuízo financeiro. Porém, prevaleceu o mais fácil a ser feito, embolando ainda mais a competição, que perde datas importantes. Por que não dar imunidade de queda para Série B para as equipes? Talvez seja esse o caminho caso a situação não se estabilize. Nessas horas pesam a solidariedade e a coerência.

Salvar as vítimas do Sul é mais importante que bola na rede.

E tenho dito!