São Paulo nem precisou de macumba

Calleri marcou o gol da vitória no Morumbi (Foto: Marcello Zambrana/Agif/Gazeta Press)

O São Paulo deu um vareio de bola no Corinthians,  nesta segunda-feira à noite, no Morumbi. Ganhou por 1 a 0, gol de Calleri. Equipe de Rogério Ceni deu o chamado nó tático no time de Sylvinho, que esteve abaixo da crítica, colocando de novo a condição de treinador em dúvida. Antes da partida, alguém ligado ao Tricolor, espalhou sal grosso nas escadarias do vestiário do Timão.

Não foi a primeira vez que isso aconteceu no estádio Cícero Pompeu de Toledo. Em outras ocasiões, essa “tática espiritual” foi utilizada. É uma forma de superstição tipica de religiões afro-brasileiras, como Umbanda e Candomblé. Situação complicada são-paulina na tabela do Brasileirão apelou para o sobrenatural.

Porém como diria o velho e sábio jornalista Neném Prancha, nos anos de 1970, “se macumba ganhasse jogo, o campeonato baiano terminaria empatado”. São Paulo nem precisou de reza brava. Levou três pontos na bola.

Outro diferencial. Torcida fez grande festa para novo técnico, Rogério Ceni, vaiado na estreia, contra o Ceará (1 a 1, no Morumbi). Mais de 20 mil pessoas soltaram o grito entalado na garganta e já sonham com classificação para Libertadores .

FORÇA TRICOLOR 

Clássico começou a todo vapor. São Paulo pressionou bastante, marcando a saída de bola corintiana, sufocando o adversário. Aos 2 minutos, Reinaldo enfiou bola para Luciano mandar para as redes de Cássio. VAR fez a tal da linha vermelha e anulou o lance.

Aos 7 minutos, porém, Gabriel Sara lançou Reinaldo. Lateral desceu livre e cruzou. Carelli entrou na corrida e fez 1 a 0. Corinthians apático, vendo o adversário jogar. Não marcava e nem atacava. Ficou em estado de choque. Tricolor jogava a “final de uma Copa do Mundo”.

PAU QUEBROU

São Paulo diminuiu o ritmo aos 20 minutos. Renato Augusto lançou Giuliano. Tiago Volpi foi mais rápido. Na sobra, camisa 8 chutou por cima. Mesmo retraído, domínio era todo do time de Ceni. As dificuldades alvinegras eram, pela direita,  Du Queiroz. Marcava mal Reinaldo e não conseguia apoiar. Pela esquerda, menino Adson perdido por ali. Visivelmente nervoso. Bola queimava no pé.

Temperatura subiu. Liziero deu um empurrão no rosto de Du Queiroz gratuitamente. Jogadores se empurraram e formou-se a confusão. Cartões amarelos para Liziero e João Vitor. Zagueiro fora da próxima partida contra o Inter RS, no Sul. Timão não chutou uma bola em gol e levou um baile do tricolor, equipe bem armada e com vontade.

VIDA OU MORTE

O técnico Sylvinho tinha a obrigação de pôr fogo no time alvinegro. Time precisava de alterações, gente mais cascudo em campo. Reação teria de dar o ar da graça. Para Ceni, resultado afastava mais a equipe da zona do rebaixamento. Era jogo de vida ou morte. Ou Tricolor definia a vitória ou ficava sob bombardeio do Timão. Partida prometia.

Ceni, esperto, sacou Benitez e colocou Gabriel. Armou-se para pegar o Corinthians de surpresa, no contra-ataque. De cara, Arboleda perdeu o segundo. Deu na orelha da bola. Finalmente, Sylvinho tirou Adson e colocou Gustavo Mosquito. Nem assim a coisa andou. Renato Augusto e Giuliano estavam péssimos e Gabriel Pereira  inibido, sem inspiração.

JÔ, NO DESESPERO 

Com isso, São Paulo estava tranquilo e voltava a pressionar. Timão apenas se defendia e administrava a vantagem. GP e Mosquito inverteram de posição. Defesa são-paulina, porém, ligada e anulando a tática. Jô era o último recurso para pelo menos um empate. Saiu Cantillo. Mosquito desceu pela esquerda e quase empatou.

Calleri sentiu contusão e veio Pablo. Mosquito cruzou,  Renato Augusto de cabeça, Volpi pegou. Marquinhos entrou para saída de Gabriel Sara. Roger Guedes, de fora da área, goleiro catou de novo. Luciano acertou uma paulada e acertou o poste esquerdo de Cássio. Mantuan substitui GP. Ceni respondeu com Rodrigo Nestor e Diego Costa. São Paulo foi melhor, de cabo a rabo. Vitória merecida.

E tenho dito!