O Corinthians terá um enorme desafio pela frente, neste domingo, na Neo Química Arena. Enfrentar a equipe mais fantástica do momento no futebol brasileiro: o Flamengo. O técnico Sylvinho terá de ser inteligente, ter uma visão competitiva e ser principalmente humilde. Reconhecer a superioridade do adversário e criar uma fórmula mágica para não ser mais uma das vítimas do rubro negro do treinador Renato Gaúcho, um falastrão, porém, com domínio total do elenco. Ele domina a linguagem dos boleiros que, por sua vez, o respeitam, dentro e fora de campo.
O mesmo acontece com o novato Sylvinho? Mais ou menos, diria o analista otimista. O ex-lateral esquerdo corintiano tenta fazer uma limonada sem limões. Aceitou dirigir um elenco sem pé e nem cabeça, com jogadores veteranos, promessas fakes e garotada da base meia-boca. Mesmo assim, organizou a equipe. Começou definindo os quatro titulares da zaga, além do goleiro. Deixou o meio-campo mais pegador e com alguma criatividade e ainda reza todo dia um Pai Nosso e uma Ave Maria para chegar logo um ou dois atacantes razoáveis. Jô está no limite, apesar de ainda quebrar o galho. Em meio a tantas modificações, acertos, experiências, fica difícil criar um bom ambiente, onde a confiança prevaleça.
Quer dizer, Renato Gaúcho tem um elenco excelente (praticamente dois jogadores para cada posição) e sobra diálogo entre eles. Sem falar que o treinador flamenguista foi jogador do clube e conquistou títulos. Mesmo sendo gaúcho, adotou o Rio de Janeiro como “sua praia” e construiu uma carreira sólida como treinador. Um vitorioso em todos os sentidos.
Já Sylvinho ainda é uma aposta. Sem dúvida estudioso e experiente como auxiliar. Contudo, começa a dar os primeiros passos em uma profissão ingrata, cheia de indas e vindas, ainda mais hoje em dia, onde os craques são raros e os níveis de exigência física e técnica intensos demais.
Se for para dar uma nota, Flamengo leva 9. Corinthians, 4,5. Exatamente a metade, levando-se em conta o desempenho, o resultado e a individualidade dos atletas. Uma pergunta: Gustavo Mosquito é o melhor do Timão na atualidade. Certo? Sem dúvida. Ele seria titular absoluto no rubro negro do Renato? A resposta é NÂO. Terceiro reserva e olhe lá. Dos titulares alvinegros talvez dois poderiam ser aproveitados pelo Gaúcho, isto é, o goleiro Cássio e o lateral-direito Fágner. Mais ninguém. Do Mengo, absolutamente todos considerados reservas seriam titulares absolutos no Timão.
Resumo da ópera: então o Corinthians será “massacrado” pelo Flamengo? Calma. O futebol é o esporte do acaso. Talvez seja o único na história da humanidade onde o mais fraco ganha do mais forte. Lembram daquele confronto bíblico entre David e Golias, o gigante filisteu? Pois é, bastaram duas pedradas certeiras na cabeça do guerreiro grandão para levá-lo ao chão. Aí, então, David (menino ainda e um simples pastor de ovelhas) deslanchou. Virou rei e pai de Salomão, o justo. Tudo é possível, amigos. Como diria o meu saudoso e finado pai “só o peru morre na véspera”.
E tenho dito!