Deu tudo certo para o São Paulo na vitória de 2 a 0 sobre o Palmeiras, neste sábado, no estádio do Morumbi, diante de um público pagante excelente (33 mil pessoas). Por outro lado, Verdão teve uma noite de cão. O goleiro Prass falhou nos gols de Lucas Pratto e de Luiz Araújo. O técnico Cuca armou o time num estranho 3-4-3 (nunca dantes praticado por ele) inútil em todos os sentidos. Por último, Jean mandou um pênalti para as nuvens, desperdiçando a única boa oportunidade criada pelos visitantes em 90 minutos. Sorte sorriu para os tricolores. O tal tabu de 15 anos sem derrota para o “rico” oponente foi mantido e o treinador Rogério Ceni ganhou moral para continuar no cargo sem pressões.

Diretoria, patrocinador, comissão técnica e jogadores alviverdes precisam repensar alguns conceitos. Mentira ser o elenco formado de “craques”. Saem titulares, entram os suplentes e não dão conta do recado. Já está faltando fôlego para disputar três competições (Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores). Cuca é um excelente técnico. Mas quando quer dar uma de “Professor Pardal”, o inventor das histórias da Disney, se dá mal. Colocar linha de três zagueiros (Juninho, Felipe Mello e Mina) contra o veloz Luiz Araújo, o astuto e trombador Lucas Pratto é pedir para apanhar. Sem falar da frágil marcação no meio-campo (com Tchê Tchê, Jean e Guerra) e um ataque sem mobilidade (Mike, Willian Bigode e Dudu).

Já o criticado esquema de Ceni, pelo menos funcionou. A entrada de Marcinho no setor de armação encaixou. Foi dele o passe para Luccas Pratto marcar. Argentino bateu no canto baixo e a bola entrou entre Prass e a trave. Falha gritante do goleiro palestrino. Depois, Pratto ficou livre na intermediária e tocou para Luiz Araújo. Garoto mandou no meio do gol. Pelota passou debaixo do infeliz arqueiro, como diria o finado e sábio Mílton Peruzzi nos velhos e bons tempos da “magia do rádio”.

Ceni entupiu a entrada da grande área com vários jogadores (Rodrigo Caio, Lucão, Cícero, Jucilei), tirou os espaços do badalado inimigo e apostou na velocidade do contra ataque. Fórmula simples. Arroz com feijão. Cuca, com ar de superioridade, caiu na armadilha e agora terá de administrar egos, dar explicações, desculpas e tomar cuidado para jogadores não caírem na real: elenco palmeirense é um tigre de papel.

E tenho dito!