Uma das primeiras coisas que alguém ou uma equipe de futebol precisa aprender na vida é perder. Afinal, é necessário ter dignidade na queda. Cair, sacudir a poeira e dar a volta por cima. No entanto, faltou aquela humildade básica para o São Paulo na derrota por 2 a 1 para o Atlético Nacional, de Medellin, nesta quarta-feira na Colômbia. O Tricolor até saiu na frente com um golaço de cabeça de Calleri. Depois sofreu dois de Borja (na partida do Morumbi já tinha sido o carrasco do jogo, 2 a 0) e acabou eliminado da tão cobiçada Libertadores.
Pior de tudo: o segundo gol colombiano veio de uma cobrança de pênalti, muito contestado pelos são-paulinos. Guerra cruzou, a bola bateu no cotovelo de Carlinhos e o árbitro apitou a falta máxima. Lugano reclamou e levou amarelo. Borja cobrou e marcou. Uruguaio perdeu a cabeça e foi para cima do juiz. Vermelho na lata. Wesley entrou na pilha e também terminou expulso. Juizão se atrapalhou e mostrou vermelho antes para Michel Bastos. Daí os xingamentos e as reclamações. Por pouco assistente do técnico Bauza não agrediu o quarto árbitro. Vexame de quem tem um time inferior e apelou na ignorância.
Os nervos, aliás, ficaram à flor da pele graças a um pênalti não marcado a favor do São Paulo ainda no final do primeiro tempo. Michel Bastos deu passe sensacional para Hudson. Quando o volante se preparava para finalizar, recebeu o calço por trás. Penalidade máxima sem dúvida, que poderia ter mudado o panorama da partida. Mesmo assim, faltou equilíbrio emocional para o Tricolor. Lugano é um zagueiro veterano e experiente. Jamais deveria ter agido dessa forma. Mesmo porque falhou feio no primeiro gol, deixando Rodrigo Caio e o goleiro Denis à mercê de Borja.
O Tricolor, enquanto se manteve focado no jogo, abriu o placar e o mesmo Calleri ainda mandou uma bola, de cabeça, no travessão. O adversário, na verdade, entrou displicente no gramado e acabou surpreendido por um São Paulo esforçado e organizado. Mas o apito confuso tirou a equipe do fio de prumo e a vaca foi para o brejo de vez. Um triste adeus. Fim de mais um sonho para a empolgada torcida são-paulina.
E assim caminham a frustração e a mediocridade…