Sugestão quer proibir a disputa de rebote em pênaltis

Foto: Anne-Christine Poujoulat/AFP

A nosso ver, essa ideia do genial ex-árbitro e atual presidente da Comissão de Arbitragem da FIFA, Pierluigi Collina, é distorcida. O pênalti existe, filosoficamente, para restabelecer uma oportunidade de gol tirada com falta.

Logo, essa ideia, além de quebrar a continuidade do jogo e diminuir a possibilidade de a injustiça ser reparada, ainda prevê tiro de meta, em caso de rebote, mesmo sem a bola sair do campo. É algo que fere a regra 16 e, pior ainda, beneficia a equipe que tirou uma filosófica oportunidade de gol da outra.

Mas não é só. Além disso, se a justificativa para tal sugestão for, como noticiado, a aglomeração de jogadores ao redor da área penal, o mesmo princípio deveria ser aplicado para as faltas próximas a tais áreas, quando, igualmente, se formam aglomerações e ocorrem invasões das aludidas áreas. Essa ideia, se vingar, corresponderá, além de tudo, a uma ingerência da regra à postura tática das equipes.

A regra já resolveu a questão da invasão da área em caso de penal, punindo o impacto provocado pelo invasor. A ideia, assim, com todo respeito, não é boa e quebra a dinâmica do jogo, parando-o sem razão de ser. A propósito, me refiro ao penal cometido por Soares, do Uruguai, na Copa da África e que eliminou esta seleção. Recordo que após esse famoso penal, quando integrei a IFAB, surgiu uma ideia oposta à hoje lançada por Collina, que consistia na previsão do penal ser cobrado sem goleiro!

Esta e a idéia de Collina são extremas e não se ajustam ao futebol. As regras são para disciplinar as coisas ordinárias. As especiais devem ser tratadas como exceção e sem ferir o senso comum e a essência do esporte. Desta feita, como nos acréscimos exagerados, Colina não está sendo feliz e pretende fazer do futebol e de sua essência um esporte diferente.

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