No jogo da noite deste sábado (31/8), os líderes da Série A se enfrentaram, fizeram um belo jogo e foram brindados com uma boa arbitragem.
A boa arbitragem de Flávio Souza que, especialmente, teve um correto critério na aplicação dos cartões amarelos, ainda contou com duas curiosidades.
A primeira delas foi o fato de Flávio Souza ter que ir ao monitor para anular o penal marcado por erro de visão, pois a bola não tocou no braço do defensor do Fortaleza. Ora, se a situação era de fato e, portanto, não carecia de qualquer análise e se o VAR já havia informado que não houve contato da bola com a mão do defensor do Fortaleza, nada justificava o árbitro ir ao monitor.
Esse procedimento, contudo, se deu por força de uma recomendação da Fifa, que fere a filosofia do Protocolo VAR, que é no sentido de evitar paralisação do jogo. Logo, a ida do árbitro ao monitor, neste e em outros casos de fato recomendados pela Fifa, é para nada analisar, nada decidir, nada fazer, apenas para provocar perda de tempo e quebra da dinâmica do jogo, contrariando todo o mundo do futebol, que, em uníssono, reclama das paralisações dos jogos provocadas pelo VAR. É a Fifa atuando na contramão da dinâmica do futebol.
A segunda curiosidade consistiu no fato de o bola ao solo, que foi dado em razão da desmarcação do penal a favor do Botafogo, ter sido dado para o goleiro do Fortaleza. Neste caso, não se trata, como na situação anterior, de uma indevida orientação, mas de texto da própria regra do jogo, pois todo bola ao solo, em qualquer das áreas penais, deve ser executado apenas para o respectivo goleiro.
Se é verdade que a regra é assim, também é fato que se trata de uma regra “burra”, pois a equipe que está no ataque sempre é prejudicada, inclusive quando a bola toca no árbitro, pois, também neste caso, o bola ao solo é dado para o goleiro, ainda quando o toque da bola no árbitro impeça um gol ou um bom ataque.
A regra poderia e deveria dar outra solução, quando o último toque na bola fosse da equipe atacante. De outro lado, a reclamação do Botafogo, que queria tiro de canto, não se justificou, uma vez que quando o penal foi marcado, a bola ainda não havia saído de campo e, em casos que tal, o árbitro tem que reiniciar o jogo com bola ao solo.
Diga-se, ademais, que nos lances da espécie é muito dificil o árbitro esperar a conclusão da jogada. O erro de Flávio, assim, foi só de visão, não de procedimento. A Fifa e a Ifab precisam evoluir nestes e em muitos outros aspectos de suas recomendações e das regras.
Encerrando, conquanto pregando no deserto para a inoperante CBF, não podemos deixar de registrar o “trabalho” dos gandulas do Botafogo, não do jogo, que, como todos os dos demais clubes mandantes, ridicularizam nosso futebol!