No jogo desta quinta-feira entre Vasco e Athletico-PR, pela Copa do Brasil, o bom árbitro Ramon Abatti Abel esteve em noite de pouca luz. Logo no início da partida, Hugo Moura, do Vasco, ao disputar uma bola que estava no solo com um jogador do Athletico, o atingiu na altura da canela, que, com benevolência, exigia cartão amarelo, mas Abatti nada fez. Um pouco adiante, Vegetti deu uma entrada em um adversário, com seu pé no solo e claramente na direção da bola, sem oferecer qualquer risco de lesão ao adversário, mas foi punido com cartão amarelo. Teria sido dor de consciência pela omissão anterior? Se assim foi, saiba, Abatti, que a compensação é, além de um sugundo erro, mais grave ainda, porque deliberado.
Daí para frente, graças a Deus, Abatti passou a agir corretamente. Tudo parecia estar muito bem: jogo controlado e com decisões técnicas e disciplinares corretas. Todavia, no final da partida, Abatti, talvez revelando cansaço mental, maculou fortemente seu trabalho, ao expulsar João Victor, do Vasco, que apenas foi vítima de Di Yorio, do Athletico, que o derrubou, o empurrou e, ainda fora do campo, desferiu-lhe uma cotovelada na cabeça, enquanto João Victor apenas queria se levantar.
Abatti, não obstante, quiçá adotando a citada e nefasta ideia de que é preventivo expulsar ambos os jogadores que se envolvam em um incidente, sem, pois, analisar as respectivas ações e puni-los proporcionalmente, expulsou também João Victor, que, sequer, merecia cartão amarelo. Abatti, seu futuro só será de sucesso longevo se você revelar equilíbrio emocional e coragem para dar a César o que for de César. Faça sempre uma autoavaliação com maturidade de seu trabalho e não escute, muito menos aceite como justos, os elogios de quem adota como filosofia a citada e desastrosa ideia de que, em situações que tal, distribuir pão ou castigo igualmente é o correto, sem, pois, considerar o que é justo.
Abatti, se a aplicação de um cartão amarelo já é ato de extrema responsabilidade, punir com cartão vermelho é ainda mais, muito mais! Não se perca Abatti. De outro lado, na outra partida da mesma noite, também da Copa do Brasil, entre Juventude e Corinthians, a controvérsia ficou por conta na imprecisão na traçagem das linhas de impedimento de um gol do Juventude, mas que, ao que tudo indica, não houve erro.