Os jogos da Copa do Catar, especialmente os dois últimos, foram, efetivamente, maravilhosos!
Na competição como um todo, houve de tudo: Técnica; tática; luta; amor pela pátria; jogadas e gols bonitos; amadorismo; profissionalismo etc., além do que, para nada faltar, decisões controversas das arbitragens.
O mundo do futebol foi brindado com muitos jogos que marcarão sua história para sempre, merecendo destaque os dois últimos, que fecharam com chave de ouro a maior competição do planeta.
Croácia X Marrocos, decidindo o 3º e 4º lugares e Argentina X França, lutando pela conquista do título, realizaram tudo que se espera do esporte. Foram dois jogos com todos os ingredientes, especialmente a emoção, que fazem do “football” um esporte inigualável. As alternâncias dos placares não são doses para cardíacos, em especial de franceses e argentinos!
Essa página do esporte rei foi escrita em pergaminho com pena e tinta de ouro!
Todas as seleções que participaram do torneio estão de parabéns por tudo de positivo que fizeram.
Por igual, a FIFA, como organizadora da competição, merece alta reverência, conquanto o quesito relativo à falta de transparência na arbitragem: não repetição das imagens dos lances controversos e por todos os ângulos, assim como a não divulgação dos áudios e vídeos do VAR, hajam sido dois pontos negativos.
O alto investimento em tecnologia e elevado número de câmeras deveriam se destinar ao público, não para fruição exclusiva da FIFA.
Arbitragens das duas últimas partidas:
Croácia 2X1 Marrocos – O jogo foi dirigido pelo catariano Abdulrahman Al-Jassim, cuja designação se destinou mais a prestigiar o Catar, como país sede da Copa, do que pelos méritos, revelados na competição, do árbitro.
Afastados os aspectos políticos da designação, o certo é que a ira dos marroquinos contra Abdulrahman, durante e ao final da partida, não se justificou, apesar da inexperiência do árbitro para administrar algumas situações. De fato, pois a arbitragem de Abdulrahman, principalmente pelos acertos nos lances cruciais do jogo, não comprometeu o espetáculo.
Quem sabe, os Marroquinos transferiram para Abdulrahman toda a revolta decorrente da arbitragem da semifinal contra a França, que, efetivamente, lhe foi prejudicial. Com efeito, houve um pênalti claro a seu favor não assinalado (Théo Hernandes, atingiu com uma entrada temerária o atacante Marroquino nº 17, derrubando-o), além de outro lance muito discutível, mas que não recebe conclusão exatamente por conta da falta de transparência da FIFA, por meio de sua Comissão de Arbitragem, que decidiu não divulgar os áudios e vídeos do VAR, bem assim todas as imagens e ângulos relacionados com lances decisivos, como no caso do suposto tiro penal (um defensor francês teria segurado um atacante marroquino).
O trabalho de Abdulrahman, portanto, não pode ser criticado relativamente às grandes decisões da partida.
Por fim, vale registrar que a equipe de arbitragem deste jogo contou com os brasileiros Rafael Klaus, Neusa Back, Bruno Pires e Bruno Boschilia, o que coroou de êxito o trabalho de nossa
arbitragem Copa do Catar, tanto dado aos acertos das atuações, como pelo maior número de designações de árbitros de um país.
Parabéns Wilton Pereira Sampaio, Rafael Klaus, Bruno Pires, Bruno Boschilia, Rodrigo Correa, Danilo Simon Manis e Neusa Back. O brasil os aplaude pelas ótimas participações no mundial do Catar.
Argentina 3X3 França – O jogo final da Copa foi dirigido pelo polonês Szymon Marciniak, que revelou muita segurança, equilíbrio emocional e, principalmente, capacidade para tomar grandes decisões.
Seu trabalho, excluído o lance do tiro penal marcado a favor da Argentina, que para nós não ocorreu, foi de boa qualidade.
Os pequenos erros, sobretudo a não concessão de algumas vantagens, inclusive de impedimento vencido, quando a bola estava completamente dominada pelo goleiro da Franca, o que, aliás, foi uma tônica negativa na competição, não empanaram o brilho de sua atuação.
Sobre o lance do tiro penal a favor da Argentina, justamente porque a FIFA não exibe todas as imagens da transmissão, especialmente quando os lances ensejam dúvida, muito menos mostra as jogadas em câmera lenta de modo completo, opinamos que ele não aconteceu.
De acordo com as imagens divulgadas, Di Maria fez um pequeno movimento para trás com sua perna esquerda, contrariando a naturalidade de sua corrida, e provocou um leve contato, induzindo o árbitro a erro.
Afora a sutileza acima e reiterando o que temos dito, nem todo contato revela a ocorrência de uma falta. Afinal, contato não é sinônimo de falta. As faltas só se caracterizam quando os contatos
não permitidos são decorrentes de imprudência, que se caracteriza por uma forma de jogar que não é própria do futebol.
No caso, o defensor francês estava em situação de disputa e desenvolvendo sua carreira sem qualquer sintoma de imprudência.
Desse modo, julgamos que o tiro penal não ocorreu, ressalvada a hipótese de imagem (ocultada) esclarecedora.
Afinal, Pênalti é como condenação em prisão perpétua: tem que haver prova indiscutível.
Por fim, observamos que nem a sutileza do lance nos permite conceder ao árbitro o benefício da dúvida, pois não há, até agora, imagem que o possibilite.
Por fim, nos arriscamos a dizer que se o árbitro não tivesse marcado o tiro penal, todos os “experts” que opinaram pela ocorrência da infração teriam dito, até para confirmarem o que falam rotineiramente: “o contato não foi para tanto”, que o tiro penal não houve.
Ao leitor, a palavra final.
Manoel Serapião filho