A questão, agora, é: quem nos marca?

Richarlison fez os gols do Brasil na partida (Foto: AFP/Adrian Dennis)

Ai, meu Deus! E quem vai defender? Assim, o Brasil vai ser uma peneira na Copa. Tamo robados!

Era assim que a turminha viciada em retrancas recebia a notícia de que o tão equilibrado Tite iria escalar um time altamente ofensivo na estreia contra a Sérvia, time ajustado, experiente, centro da Escola dos Balcãs, tida na Europa como a sucursal do Brasil naquele continente; isso, no passado, quando jogávamos livres e soltos.

Tudo, por causa de uma simples mudança: a entrada de um ponta ofensivo, Viini Jr. no lugar do volante Fred, o que recuaria o meia Paquetá para iniciar as jogadas de ataque ao lado de Casemiro.

Claro que os neófitos, criados na tal formação com dois volantes, passaram a chamar esse meia-armador de segundo volante, como se Guardiola não estivesse há anos levantando taças na Espanha, na Alemanha e na Inglaterra sem esse tal de segundo volante. Portanto, nada mais moderno, eficiente e seguro do que jogar com apenas um volante, quando não sem nenhum.

Aliás, o próprio treinador sérvio, na véspera, espantou-se: “Ué, quem vai marcar no Brasil?”

Queria ver sua cara agora, depois dos 2 a 0, mais duas bolas nas traves e todo aquele baile que seu time levou no segundo tempo, com o coração disparado a cada investida de Vinícius Jr. pela esquerda, tanto no primeiro gol de Richarlisson quanto naquele voleio plástico do nosso centroavante, digno de uma placa no estádio do Qatar.

Bastou meia-hora de bola rolando pra que o time escalado daquela forma pela primeira vez na vida evitasse eventuais ataques fulminantes do inimigo e se ajustasse em campo.

A partir daí foi um domínio absoluto do Brasil, que não correu nenhum risco, graças, sobretudo, à participação de todos na hora de recuperar a bola, em especial do trio Casemiro, Tiago Silva e Marquinhos, impecáveis, enquanto Paquetá, Neymar, Raphinha, Viinícius e Richarlison sopravam altas doses de pânico nos cangotes dos adversários.

Daí até apito final, a questão deixou de ser quem marca no Brasil, mas, sim, quem nos marca, a lei maior do futebol antigo, moderno, eterno.

 

 

 

 

5 comentários

  1. Concordo em gênero, número e grau.
    Só que Raphinha decepcionou muito nas oportunidades de concluir e ainda ficou em posição de impedimento na hora do primeiro gol. Deveria ficar na reserva.

  2. Concordo com você, Helena Jr. Entretanto, o fato é que o Brasil joga com um número de jogadores habilidosos (o Neymar é apenas um deles, e mais para crepúsculo que para juventude) que podem, mesmo numa situação apertada, produzir um golzinho “abridor de latas” para obrigar o adversário a avançar e abrir a guarda. O que aconteceu contra a Sérvia não foi a explosão canarinha, porém a explosão de Vinícius Jr. e Richarlison (com Neymar ajudando no primeiro gol) culminando no gol que abriu a porta para mais um gol.
    Desta vez o Tite conseguiu jogar com um marcador a menos e um atacante a mais, entretanto contra a Suíça não creio que esta tática dará assim bem. Contra a Suíça seria mais inteligente sair com Fred segurando mais o meio de campo e colocar o Vinícius Jr. mais para o segundo tempo com a defesa suíça mais massageada após suar bem. Não digo que o Brasil está na corda bamba, mas esbanjando qualidade não estamos. Contamos com que os adversários façam mais erros que nós e com jogadores que aproveitem esses erros. Chutar na trave várias vezes é muito excitante, o verdadeiro orgasmo entretanto é a bola na rede.

  3. Deu gosto de ver o 2o tempo. O 1o tempo foi tenso apesar do domínio brasileiro. Um pouco antes do gol o time já estava solto, como na 1a bola na trave do Alex Sandro. Do meio pra frente o time é muito bom. A defesa também, mas não sei se tem substitutos a altura…

  4. Como se diz, Deus escreve direto por linhas tortas. Pode ser que o sonegador bolsonarista não possa mais jogar nesta copa (já será um alívio se nos livrarmos dele na fase de grupo) e o Tite possa mandar o time ao campo com uma escalação sem caretistas e sem piruetistas. Quem sabe até o título esteja mais ao alcance? Naturalmente desejo ao Neymar a melhor recuperação do mundo, que ele fique umas 4 semanas na recuperação, lol

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