Naquele antigo folclore brasileiro, o português era visto como turrão e ingênuo, enquanto o argentino assumia ares de malandro de camisa de seda, esperto. milonguero e tal e cousa e lousa e maripousa.
Esse anedotário, porém, foi-se extinguindo à medida em que os portugueses saíram das trevas do salazarismo, saltando para a luz e o desenvolvimento, enquanto nós por aqui viramos mote das piadas lusas e do resto do mundo
É isso mesmo: o mundo gira e a Lusitana roda, como dizia o velho slogan da transportadora famosa.
Gira tanto, que, no campo de jogo, enquanto o português Abel Ferreira largou mão da teimosia em escalar três zagueiros e dois volantes, o argentino Crespo insiste em tal formação. Resultado: o Palmeiras é líder do Brasileirão e o Tricolor está lá embaixo.
Ainda nesta noite de terça, pela Libertadores, Crespo insistiu do começo ao fim nesse tipo de formação, diante de um Racing que veio ao Morumbi pra se defender e acabou se saindo melhor no empate por 1 a 1.
Crespo manteve Benitez e Reinaldo, os dois melhores jogadores do elenco, no banco, e só foi recorrer ao seu patrício de passe profundo no segundo tempo.
Colocou em campo Vítor Bueno, no primeiro tempo ainda, por contusão de Eder, mas sacou-o no segundo, apesar de o atacante ter feito o gol solitário de seu time, graças à lambança do goleiro Arias, embora tenha desperdiçado a maior chance logo em seguida.
Mexe no time de jogo pra jogo e durante as partidas, mas não toca no seu sagrado trio de zagueiros, quase todos (a exceção é Miranda, machucado) os mais fracos tecnicamente de todo o grupo disponível no Morumbi, enquanto o ataque carece de maior agudeza, seja nas pontas, seja no meio.
Assim, o Tricolor, que precisava vencer em casa o Racing, vai pra Avellaneda com a corda no pescoço.
A não ser que Crespo desate esse nó, evitando cair no novo anedotário brasileiro.
Prezado Alberto Helena, tuas elucubrações são diretas e certas como um tiro na mosca. O problema do São Paulo é típico do futebol paulista mas também brasileiro. O São Paulo acabou de ganhar o Campeonato Paulista e escorregou no tobogã novamente. O Grêmio fez uma boa campanha na Taça Brasil, chegou perto do título e agora escorregou para o fundo da tabela no Brasileiro. Até o América de Minas foi bem na temporada terminada, mas acabou perdendo o compasso e agora esperneia. Outros grandes também chegam do topo da montanha e desabam. O Palmeiras mesmo está se repetindo no sucesso do ano passado apenas por ter um batalhão bem armado, mas não está livre de escorregar também. Este fenômeno do tobogã eu não conhecia antes das ultimas décadas. Me parece que isto está um pouco ligado com as convocações constantes para seleções que desfiguram os times, mas também com a ganância da cartolagem que transforma a prata da casa rápido em ouro e deixa os times de cuecas. O São Paulo vai necessitar mais que dinheiro para se firmar sobre as pernas, ganhar um joguinho aqui e outro ali não vai ser suficiente para tirar a vaca do brejo. As trocas que o Crespo fez contra o Racing me pareceram mais especulativas que lógicas. O problema me parece aquela questão clássica do “quem não tem cão caça com gato”. As alternativos do Crespo me parecem do tipo “vender o almoço para comprar o jantar”.
Cumprimentos amigos, MEMIL
Helena bom dia, concordo contigo em relação ao sistema se três zagueiros, dos quatro que atuam, somente Miranda é diferenciado, Arboleda apesar de não ser tecnicamente acima da média na maioria das vezes com boas atuações, Leo inclusive, em contra partida, Diego Costa e Bruno Alves não são zagueiros confiáveis com atuações pífias, há algo de errado na preparação física, constantemente com jogadores no estaleiro, ou por distinções ou machucados, ontem Crespo teve que usar nove jogadores da base em decorrência desses problemas, depois do Paulista o time nunca mais entrou com o time titular, é difícil com ausência de 6 titulares não sendo aproveitados para conseguir algo de bom, isso representa cinquenta e cinco por cento de 11 do time titular, infelizmente justo no início do brasileiro e Libertadores vem acontece, é uma pena.
Vem acontecendo
Helena, é bem possível a classificação do SPFC na Libertadores. Esse time do Racing é bem frágil Porém, não me iludo com conquista de Libertadores esse ano. Com a conquista do Paulista desse ano, na minha opinião, e, principalmente, por ter saído da fila de títulos, o ano está salvo. Não sendo rebaixado no Brasileiro já está bom. O mais importante nesse ano é ajustar as finanças. Ainda tem uma chance de conquista na copa do Brasil.
As equipes Argentinas sempre foram “osso duro de roer” para os clubes brasileiros. Eu ainda me lembro de uma decisão da Libertadores de 1994, quando o São Paulo enfrentou a equipe argentina do Vélez, aqui no Morumbi. O tricolor precisava vencer por uma diferença de dois gols para ser campeão, já que havia perdido de 1 x 0, lá no país hermano. Muito bem, depois de quase massacrar o time Argentino e só ganhar de 1 x 0 durante o tempo normal, o jogo foi para os pênaltis, o tricolor perdeu e o Vélez foi campeão. Porém nada está perdido para o São Paulo, porque o time vem em ascensão e pode perfeitamente ganhar o jogo lá e voltar classificado. Basta o Crespo não ficar “inventando” e colocar um time mais ofensivo em campo, sem o tal esquema de 3 zagueiros, como bem diz o Helena. Interessante a resignação do Ademir. Achar que a conquista de um simples paulistinha está bom demais para um clube que é tri campeão do mundo, mostra que a “ressaca” de títulos do São Paulo teve seus efeitos hehehe
O SAO PAULO FOI TRI CAMPEAO BRASILEIRO COM 3 ZAGUEIROS E DOIS VOLANTES.
DIAS, MIRANDA, NAO ME LEMBRAO O TERCEIRO E OS VOLANTES MINEIRO E JOSUE.
TUDO E’ RELATIVO DEPENDE MUITO DO TIPO DE JOGADORES, E ETC ETC.
FUTEBOL NAO E’ ARITIMETICA.
ENTAO???
Então, era elas por elas, pois os demais times à época adotavam o mesmo sistema. Aliás, some todos os campeões, inclusive o Tricolor, antes e depois, e verá que nenhum jogava nesse esquema. Além do mais, o trio de zagueiros tricolor de então era composto por três beques de alta categoria técnica: André Dias, Miranda, dez anos mais jovem, Breno ou o irmão de Luisão, cujo apelido esqueci agora.
Abraços Bernardo.
Spfc está fora da Liberta. Não tem competência nem pra empatar na Argentina. Tá igualzinho o Cruzeiro…vai pra vala já já.