O Palmeiras, calcado na vantagem obtida em São Paulo, começou o jogo contra o Ceará, lá, me fazendo lembrar de uma anedota que o saudoso e querido João Saldanha costumava contar.
Numa noite tempestuosa, o bravo gauchão amarra seu pingo diante de uma estalagem à beira da estrada, e, obrigado a dividir o quarto com um mineirinho, já adentra o recinto esbravejando, dispara a garrucha ao ar, chuta cadeiras e, por fim, intima o mineirinho a se manifestar.
O mineirinho, sentado na beirada da cama, enrolando seu cigarro de palha, depois de um tempo de meditação, resopnde:
-Só tô esperano acabar essa braveza toda pra nóis, ói…
Foi assim que o Palmeiras ficou ali no Castelão, só esperando a braveza do Ceará, que tinha a bola sob domínio e atacava o tempo todo, acabar. Um jeitinho de contornar as ausências em massa de seus titulares e reservas, todos na enfermaria.
E, aos 26 minutos, a braveza baixou o suficiente para o Verdão investir ao ataque, com Veiga sofrendo pênalti que ele mesmo converteu.
O mesmo Veiga, que na era Cebola-Abel virou estrela do time, aos 49, tocou de calcanhar passe de Lucas Lima pra estabelecer 2 a 0. Ou melhor: na soma dos dois jogos, 5 a 0, mais do que suficiente pra garantir ao seu time uma vaga na semifinal da Copa do Brasil.
No segundo tempo, porém, a braveza dos cearenses foi resgatada na medida em que o Palmeiras se limitava a tragar aquele cigarrinho de palha, sentado na vantagem obtida, sobretudo depois das substituições feitas por Abel, que drenaram a criatividade da equipe, dentre elas, a saída de Veiga.
Resultado final: 2 a 2, gols de Vina e de Tiago, de cabeça. Nada. porém, que abale a serenidade do italianinho travestido de mineirinho da antiga anedota.
Evidentemente o Abel trocou alguns jogadores, principalmente o Veiga, para poupa-los, porque a maratona de jogos tem sido intensa, além do que a classificação já estava garantida, então porque arriscar, não é mesmo? Inteligentíssimo esse português, a continuar assim vai longe no comando do verdão. Ah, em tempo…por falar em gaúchos, tinha dois pedreiros (gaúchos, claro) trabalhando em cima de um muro , quando de repente um deles perdeu o equilíbrio ,cai lá de cima e se esborracha no chão. Preocupado, o outro gaúcho desce do muro e imediatamente socorre o amigo e pergunta: “doeu , tche? “Claro que não tche, responde o outro; já que estou caído aqui de bruços, dou eu…