Por las puntas, meu!

Foto: Divulgação/Lucas Figueiredo

O Uruguai, desde sempre, enfatiza o jogo defensivo e uma disposição extra de combate pela bola, o que tem sido ao longo da história a maior dificuldade pra chegarmos à meta celeste.

Desta vez, haveria um novo componente na formação uruguaia: a presença de dois artilheiros implacáveis – Suárez e Cavani. Suárez, móvel e exímio arrematador de jogadas na área, e Cavani, um cabeceador como poucos. Portanto, poderia ser por baixo como por cima, as investidas de nosso adversário desta terça-feira sobre a dupla Tiago Silva e Marquinhos, bons marcadores nas duas frentes de combate, diga-se.

A questão é que Suárez foi abatido pelo vírus maldito e isso passa a ser um alívio para o Brasil. Mas, Cavani, mesmo fora de sua melhor forma, estará lá.

Para acionar Cavani, há sempre De La Cruz, um meia mais brasileiro, no estilo, do que muitos patrícios que estarão em campo.

Além do mais, o jogo será realizado lá em Montevidéu, embora a torcida vivaz do Uruguai estará presente apenas na imaginação dos contendores e nos sons virtuais, por causa da pandemia, claro.

De qualquer forma, certamente será a mais dura empreitada do Brasil nestas Eliminatórias, que começou com fácil vitória sobre a Bolívia, seguida de vitória magérrima sobre a frágil Seleção da Venezuela.

E, pior: várias baixas na nossa Seleção reduzem o potencial brasileiro, óbvio.

Mesmo agora, há dúvidas sobre o aproveitamento de Alan, o que abriria vaga para Artur. Ambos, porém, volantes de passes curtos e laterais, assim como o seu eventual parceiro de meio de campo, seja ele qual for nessa legião de volantes de características similares chamados por Tite.

Aliás, por falar em baixas, na perda de Pedro, Tite preferiu chamar um outro correspondente – Galhardo, artilheiro do Brasileirão.

Traduzindo: mais um com as mesmas características de Firmino e Richarlison, todos jogando pelo meio com eventuais descaídas para os lados. Ora, ora, nesse caso não seria mais prudente a chamada de Marinho, o vice-artilheiro do campeonato nacional, um ponta de drible fácil – atributo de que tanto carece nosso time -, participativo, veloz e dono do tal míssil aleatório que tem furado metas atrás de metas?

O carinha está no auge de sua carreira, com o moral lá em cima, fazendo o diabo em campo e tal e cousa e lousa e maripousa, pô!

Além do mais, é por las puntas, que se abre uma retranca, como bem ensinava Filpo Nuñes, o Malandro de Camisa de Seda, único técnico estrangeiro na história a dirigir a Seleção Brasileira, representada pela Academia Verde, justamente contra o Uruguai, na inauguração do Mineirão.

No Brasil, os ensinamentos do passado são sepultados no dia seguinte e tudo recomeça hoje pra morrer amanhã, o que representa uma estagnação que sempre nos deixa atrasado, como se caminhássemos na direção oposta à evolução. Isso vale pra tudo neste país, inclusive o futebol.

Enfim, sempre há a esperança de que nosso time vença, pois a diferença técnica não é tão grande entre as duas seleções, neste exato momento, embora os uruguaios, mesmo sem Suárez, tenham maiores perspectivas.

 

2 comentários

  1. Helena bom dia, não perco tempo torcendo pela seleção, isso vem desde os anos 90, a última vez que torci foi a de Tele em 1986 quando o Presidente era Giulite Coutinho, quando entrou os bandidos passei a torcer contra até então

  2. Concordo com você, Marinho seria melhor opção, um jogador diferenciado em toda a temporada que desequilibra partidas a favor do Santos. Galhardo é eficiente mas seu brilho depende do desempenho do time, outra bola fora do Tite.

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