Um eventual documentário sobre a conquista do oitavo campeonato alemão em sequência pelo Bayern, por certo, merecia ser produzido pela Marvel, E, como chamada, lá estaria Lewa, portando às costas uma dessas capas de super-heróis que fazem o deleite dos coroas de hoje em dia.

Sim, porque o bicho não só segue marcando gols em penca como tem participado ativa e sabiamente das jogadas de armação de sua equipe. Trata-se de uma combinação rara de intuição artilheira e técnica precisa.

Ainda no sábado, quando os bávaros deram outro show (no primeiro tempo), ele marcou mais dois, aproximando-se a galope do recorde histórico de Gerd Muller, lenda do Bayern e da Seleção Alemã. Já merece levar a Bola de Ouro e figurar entre os três melhores do mundo, com grandes chances de empalmar o troféu, pois CR7 anda pelas enfermarias do Real e Messi dá sinais claros de que os anos começam a cobrar seu preço maldito.

Além dele, o Bayern ganhou impulso renovado com a súbita melhora do futebol de Muller e Goretzka, que nas mãos do antigo técnico, Kovac, definhavam visivelmente. Goretzka pouco atuava e Muller era confinado à ponta-direita, quando não, o banco de reservas.

Ambos estão jogando o fino da bola. Goretzka desfila com elegância e desenvoltura, ao lado de Kimmich – uma dupla de volantes-armadores de refinada categoria -, pelo meio campo desse time que, nas mãos de Flick voltou a jogar no estilo do velho Jupp, aprimorado por Guardiola nos últimos anos; e Muller passou a ser o principal assistente do time e de todo o torneio.

E é aqui que realmente entra o valor do técnico, seja animando o espírito de seus jogadores, seja adequando os treinamentos aos seus próprios conceitos e às características e gosto dos jogadores.

A seguir nesse passo, dificilmente algum outro time tirará a Orelhuda das mãos bávaras.