Torcendo pela democracia

Foto: Nelson Almeida/AFP

A reação à infame e crescente onda contra os princípios básicos da democracia no Brasil veio de onde menos se esperava – as torcidas de futebol unidas, embora rivais em campo e nos estádios. Palmeirenses, corintianos, são-paulinos e santistas reuniram-se na Avenida Paulista neste domingo pra protestar contra o atual governo brasileiro e seus seguidores que não escondem seus traços nazifascistóides, clamando contra os demais poderes da nação (Judiciário e Parlamentar).

Menos se esperava porque essas torcidas organizadas cresceram e ganharam traços semelhantes durante a ditadura militar, anos 70, quando a violência começou a se instalar nos estádios de futebol do Brasil, sobretudo em São Paulo.

Quando se dá um corte aqui pra voltarmos às origens das torcidas uniformizadas, como eram então chamadas, o que se vê?

A primeira dessas torcidas foi a do São Paulo, no início dos anos 40. Formada basicamente por estudantes das Arcadas, muitos dos remanescentes da luta contra a ditadura Vargas, em 32 Essa turma importou dos colégios americanos o conceito de um grupo de rapazes, todos vestidos com a camisa de seu clube, que se limitavam a cantar hinos de apoio aos  jogadores, como o célebre Aleguá-guá-guá!

Lá estavam, entre outros, os Mesquitas, filhos do Dr. Julinho, dono do Estadão, que havia sido obrigado a fugir do país de Vargas, Júlio Neto, Ruy e Carlão, além dos Carvalhos, filhos do Dr. Paulo, o Marechal da Vitória, Paulinho e Alfredo Erasmo, o saudoso Alfredinho.

Depois, vieram as torcidas uniformizadas dos demais clubes de São Paulo, que viraram organizadas, e cresceram desvairadamente nas últimas décadas.

No entanto, apesar de suas ações, muitas vezes violentas, essas organizações jamais se prestaram a atuar politicamente, a não ser apoiando este ou aquele candidato ditados pelos presidentes dos respectivos clubes, que acabaram formando a tal e nefasta Bancada da Bola no Congresso Nacional.

Sim, houve o movimento chamado de Democracia Corintiana, liderado pelo dr. Sócrates, Casagrande e Vladimir. Mas isso se restringia ao vestiário alvinegro e à direção do clube. Assim como, ainda outro dia, o irmão de Sócrates, o ídolo tricolor Raí, hoje dirigente do São Paulo, manifestou-se publicamente contra os desvarios bolsonaristas, o que mereceu críticas do meu querido Caio Ribeiro, refutadas em boa hora pelo Casão, no Bem, Amigos.

Não sei onde isso tudo vai parar. Só sei que o Brasil caminha no fio da navalha, estendida aos nossos pés em plena pandemia do vírus mortal e do pandemônio gerado por mentes obtusas cevadas pelo ódio.

NA LINHA DO GOL

Onde a bola rola, na civilizada Alemanha, país em que qualquer apologia ao nazifascismo é considerada crime passível de prisão imediata, o líder e  vice golearam seus respectivos adversários, mantendo uma tênue esperança de virada na tabela até o fim do torneio, daqui algumas rodadas. A diferença brutal foi a forma como essas goleadas se produziram. Enquanto o Bayern deu um show de bola ao longo de toda a partida, fazendo 5 a 0no Fortuna, o Dortmund penou todo o primeiro tempo num tedioso 0 a 0 com o lanterna Padeborn até alcançar a goleada por 6 a 1 no finalizinho da partida, graças, sobretudo, à atuação de Sancho, autor de três gols e uma assistência.

4 comentários

  1. Alberto Helena Jr.

    Não se deve ser alenado a nada nesta vida e marcar posição frente aos valores que a gente recebe principalmente da família quando da nossa formação na infância até a fase adulta e democracia é isto viver de acordo com os bons valores que nos foram passados tais como respeito ao próximo, humildade, responsabilidade, honestidade e carinho e amor principalmente a sua família e as pessoas próximas a cada um de nós neste momento conturbado que vive o país, há quem goste de se aproveitar sob uma crosta vermelha
    que vem com esse papinho de democracia porém a fim de implantar o caus, a baderna, a anarquia e a chamada, principalmente pelos vermelhos “liberdade de expressão” quais seja a liberdade para roubar a vontade, inclusive institucinalmente sob a capa de ministros de tribunais superiores, desembargadores, juizes, pessoal também do executivo, legislativo como se viu neste país nos ultimos 15 anos antes da entrada deste atual governo que tem a enorme carga para suportar tudo que vinha sendo feito de mal feito (como dizia a estocadora de vento e o cachaceiro mor presidiário atualmente solto que vive a aprontar por debaixo dos panos), o povo não é burro e dele não se pode debochar e o trabalho para limpar toda essa bosta precisa ser feito com trabalho, honestidade, firmeza de propósito coisa que os derrotados nas ultimas eleições presidenciais não admitem e se comportam como maus perdedores dependentes das “boquinhas” de quem sempre se serviam, eu sou a favor da democracia com responsabilidade, com trabalho, honestidade firmeza de bons propósitos mas isso não é fácil de ser alcançado principalmente quando os maus perdedores se utilizam de massas de manobras como torcidas organizadas que não são exatamente adeptos de democracia ou seja será democrata quem falar bem do meu time e meu inimigo se não torcer para ele e não piscam nem um minuto para partir para a violência, os vermelhos definem mais ou menos assim “democracia é quando eu mando e ditadura e quando eu obedeço” e aos vermelhos eu digo sejam bons perderores vão disputar seu espaço dentro das quatro linhas do campo, jogando só na bola e sem apito amigo, todos que são verdadeiros democratas tivemos que suportar vocês no poder por mais de 20 anos que culminaram com a atual situação deste país, atualmente devemos dar uma chance a quem ganhou democraticamente nas urnas o direito de tentar fazer um trabalho de limpeza moral para tentar melhorar este país o atual governo tem defeitos claro que tem porém nem se compara ao que se via nos governos anteriores e outra coisa não se deve misturar política com futebol cada um tem suas convicções e seu time para torcer, democracia é saber conviver com vitória e derrota, a torcida organizada do São Paulo não deve ser de exemplo para ninguém de democratas lembra-se amigo Alberto da arrancada heróica de 1942 que resultou na troca de nome do Verdão em virtude de ameças de sanções governamentais pelo simples fato de ter expressõs italianas no seu nome que quase culminaram com ameaças do governo de apropriação do Parque Antartica por pressão inclusive de dirigentes são paulinos que quiseram levar na mão grande o Parque Antártica (o estádio do Verdão), que raio de democracia é esta que sempre quer estar ao lado de quem só quer levar ou não perder vantagens a qualquer preço, por isso detesto política e não me considfero nem esquerda (Deus me livre) nem de extrema direita sou sim de direita liberal quem não gostar que vá morar em Cuba, China, Venezuela, Coréia do Norte para ver o que é “bão” para tosse. Saudações palmeirenses.

  2. Mestre Alberto Helena Júnior. Por favor, lhe peço sua ajuda, pois me envolvi numa discussão no facebook, e sinceramente, preciso de sua orientação. A questão envolve o médio volante Dudu, ídolo do Palmeiras. Pelo pouco que recordo, uma vez que tenho 53 anos, não tenho a impressão de Dudu ter sido um grande craque, o vejo como um bom jogador. E acho que sua imagem perante a torcida palmerense, em especial, se deve mais ao fato de que tenha jogado ao lado do Divino Ademir. Este sim, um dos maiores jogadores que vi jogar. Na época de Dudu, eu preferia ver craques como Clodoaldo, Roberto Dias e Piazza. O que o Senhor acha sobre tais considerações?
    Aproveitando a oportunidade, o melhor futebol de Xavi do Barcelona, lembra ou remete ao futebol de Clodoaldo do Santos?
    Muito obrigado. Tenho saudades do tempo que lia sua coluna na Folha de São Paulo, quando fazia referências aos craques do passado, como: Araken Patuska, Leônidas, Zizinho, Chinesinho, Canhoteiro, e tantos outros. Forte abraço.

  3. Sou democrático mas se nao concorda comigo vai pra Cuba. Pqp. Crosta vermelha no cerebro só se for, classe média moralista e com papinho furado de corrupção. Queiroz apareceu malandrao, e aí? Assume seu b.o. minion e pare de se jusificar. Continua apoiando é caso perdido . Sorte q nem todos palmeirenses vao pra esse caminho ridículo.

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