
Depois da goleada inesperada do Barça sobre o Real, no El Classico, em que os catalães deram um show no primeiro tempo e os merengues reagiram no segundo, chegando próximo do empate, antes da disparada de gols, o que chamou a atenção foi o fato de que os seis tentos da partida foram executados por jogadores sul-americanos – o uruguaio Suárez (3), os brasileiros Marcelo e Coutinho e o chileno Vidal.
Prova de que os sul-americanos, sobretudo brasileiros, argentinos e uruguaios, continuam sendo uma prodigiosa usina de craques, que, infelizmente, partem em busca do El Dorado europeu à primeira chamada.
E por quê? Ora, porque os europeus são mais ricos e podem oferecer fortunas aos seus contratados. Não só isso: melhores condições de vida, reproduzidas e maior segurança pessoal dos cidadãos, melhor ensino, hábitos mais salutares, respeito à privacidade etc.
Tudo isso conta, claro. Mas, não é só isso.
Some-se a todos esses atrativos o fato de que aqui embaixo, cartolas, mídia e técnicos de futebol vivem há muito tempo enfiados na caixa da mediocridade, do pensar pequeno, com seus calendários absurdos, o que serve para os técnicos justificarem esse futebol pobre, sem graça, sem emoção, que nossos times sul-americanos exibem a cada semana.
Convido meu amigo a dar uma reviravolta na história e desembarcar na Espanha de Franco, lá pelos anos 50. A Espanha, então, era um atraso total. Não tinha sequer oficinas mecânicas capazes de cuidar dos últimos modelos ingleses, italianos e franceses. Multidões de espanhóis emigravam para a América em busca de um lugar ao sol.
Pois, já, então, Real e Barça eram duas potências internacionais, com jogadores importados dos principais centros futebolísticos do mundo. O Barça levou o húngaro Kubala, um craque extraordinário, segundo revela Evaristo de Macedo, um dos raros brasileiros que pra lá emigraram. O Real, então nem se fala: além do argentino Di Stefano, tido como o Messi e o CR7 da época juntos, o húngaro Kopa, o argentino Dominguez, o uruguaio Santamaria etc.
Isso não ocorria pelo poder econômico da Espanha, que era ralo, mas, sim, pela organização do futebol espanhol (no caso do Real, dizia-se que Franco dava uma força extra).
Mas, à parte isso tudo, me pergunto se esses jogadores atuais do Barça e do Real, acaso ficassem por aqui, teriam proporcionado um espetáculo tão divertido e emocionante quanto o do jogo desta tarde.
Digamos que fosse um Corinthians e Palmeiras, um Flamengo e Vasco, um Grenal ou um Galo e Cruzeiro, com esses mesmos jogadores em campo, teríamos um espetáculo desse nível? Duvide-o-dó!
No que o Barça brasileiro tivesse marcado 2 a 0 no Real tupiniquim, o técnico teria mandado arrecuar os arfos e ficar lá defendendo a casinha até à morte.
Tó!, que, ao marcar 3 a 1, seguisse atacando o adversário até chegar aos 5 a 1 finais.
O que quero dizer: não se trata de questão de mais ou menos grana, mais ou menos craques afamados; trata-se de conceito, daquilo roxo, infelizmente, o que nos falta, de cabo a rabo.
Se um Palmeiras e Flamengo, por exemplo, times que possuem vários craques que estariam ou estarão em breve lá fazendo sucesso, tivessem sido orientados a se atirar ao jogo como os do Barça e Real, o resultado seria um belo espetáculo. Foi aquela pasmaceira de sempre.
Desgraçadamente, o criativo e alegre brasileiro cedeu seu lugar a um ser estupidificado, rancoroso, com medo de tudo. E olhe que o medo atrai o pior.
Alberto Helena Jr.
Pois é meu amigo Alberto Helena Jr. o futebol brasileiro parou no tempo e no espaço em termos de gestão de futebol estamos nas décadas de 40 e 50 na cabeça desses dirigentes, não só de clube mais de federações e confederação, em termos de gestão de futebol, a maioria dos dirigentes ainda pensando de forma amadoristica e numa visão muito pequena do que seja a administração do futebol, veja por exemplo a maioria dos clubes outrora grandes estão beirando a falência por culpa da visão míope desses dirigentes acima mencionados estamos anos de luz de atraso em termos de gestão de futebol em relação aos clubes europeus. Saudações palmeirenses..