
Sou do tempo de Muca; Nena e Noronha; Djalma Santos, Brandãozinho e Ceci; Julinho Botelho, Renato, Nininho Jacaré, Pinga I e Simão. Um timaço que rivalizava com seu congênere carioca, O Vasco da Gama do Expresso da Vitória, naquele início dos anos 50.
Esse time, que ao passar do tempo foi sendo reforçado por Ipojucã, Edmur, Ortega, o craque argentino Pontoni, Rúbens, o Dr. Rúbis, de passagem do Ipiranga para o Flamengo, e tantos outros, não ganhava o Paulistão, porque a juizada não deixava. Mas, levantou dois Torneios Rio-São Paulo, o equivalente ao Brasileirão de hoje em dia.
Entre a conquista do Pan de 52 e a Copa do Mundo de 54, a Lusa chegou a ceder oito jogadores pra Seleção Brasileira, um espanto na época em que o poder estava centralizado no Rio, o técnico era o carioca Zezé Moreira, e em que a rivalidade entre Rio e São Paulo atingia o ápice.
Nas décadas seguintes, a Portuguesa seguiu formando equipes que aliavam beleza e eficiência a seus pés, com craques do tipo de Ocimar, Servílio, Ivair, Lorico, Basílio, Jair da Costa, reserva de Garrinha em 62, Raul Klein, Denner e tantos outros.
Portanto, vê-la chafurdada no fundo do poço dói muito na alma de um amante do futebol-arte como este mero escrevinhador de baboseiras. Imagino, mais até do que dos jovens resistentes rubro verdes que não tiveram a felicidade de ver aqueles timaços lusos em ação.
É triste assistir à queda da Portuguesa. De grande, a médio, a pequeno e, agora, cortejando com a extinção.
Você esqueceu de Enéas e Dicá.
É verdade. Enéas, então, meu!