
Gareca, brincando, diz que quer se manter à frente do Palmeiras, feliz, até pelo menos o dia 26, data dos festejos do centenário verde. E, Muricy, garante que ninguém precisa mandá-lo embora; se sentir que está na hora, pede o boné.
Ambos se enfrentam neste domingo, num clássico que pode encaminhar ao aprofundamento da crise dos dois times, capaz de levar à demissão um deles, nunca se sabe o que essas cabeças vazias vão tirar das respectivas cartolas.
O fato é que nem Gareca, nem Muricy, conseguiram até agora dar um padrão estável às suas equipes, algo que ofereça à crítica e ao torcedor uma sensação forte de que, agora, vai!
O São Paulo já insinuou isso, duas ou três vezes. Mas, de imediato, sofre uma queda inesperada. E olhe que no elenco lá estão jogadores de nomeada, cujo potencial técnico sugere muito mais. Ao contrário do Palmeiras, que anda fisgando o peixe que der no Rio da Prata, seguindo os conselhos do guia Gareca, que sempre pode se justificar pelo pouco tempo em que está à frente do time, num período de ajustes, com tantos jogadores chegando e saindo.
Para o clássico, Gareca lançará mão de dois trunfos para mudar o curso da equipe: o chileno Valdívia, em campo, finalmente, depois de tantas idas e vindas, e, no banco, o recém contratado Cristaldo. Valdívia, quer gostem ou não, é um meia de habilidade que, quando joga, confere ao Palmeiras um toque de classe e de criatividade de que tanto carece o Verdão nas suas recorrentes ausências. E, Cristaldo é um atacante de bons predicados, contudo, imprevisível, pois não sei de suas reais condições físicas e técnicas, sem falar na evidente falta de entrosamento com o resto da equipe.
Quanto ao Tricolor, devem voltar Kaká e Alan Kardec, ex-palestrino, dois reforços significativos, que, somados à melhor classificação do time na tabela, sugerem um leve favoritismo ao seu time.
Mas, como se trata de um clássico disputado em clima de delicada instabilidade para ambos, prefiro subir no muro e de lá espiar o que vier, para o bem ou para o mal.