Como se fosse uma decisão de título antecipada muitas rodadas, o Atlético de Madri, em pleno Camp Nou, partiu pra cima do Barça, sufocando a saída de bola do adversário. Fez 1 a 0, com Koke e plantou no ar a expectativa de que voltaria pra casa com uma vitória empolgante e a liderança isolada do campeonato espanhol.
Vendo aquilo tudo pela tv, baixou-me uma certeza absoluta de que o desfecho seria outro. Uma sensação próxima daquela que sentia quando via o Santos de Pelé e cia. começar perdendo a bola e o placar. Mais cedo ou mais tarde, viraria esse cenário de cabeça pra baixo.
Isso, não só pela excelência dos jogadores do Barça, mas porque é praticamente impossível qualquer time do mundo (com exceção, talvez do Bayern), manter tal concentração no combate e precisão nos passes contra os catalães que não perdem a sincronia e a paciência nem que a vaca tussa, mesmo em desvantagem no placar e no rolar da bola.
Não deu outra: aos poucos, o Atlético se submetia à Lei do Escorpião, recuando e dando condições para o Barça impor seu jogo de paciente e seguro toque de bola.
Resultado: aos 30, Neymar, que passou o jogo todo incomodado por dores antigas e recente, caçado a pontapés do início ao fim, serve a Alba que toca pra Messi, na área, disparar de primeira às redes.
Oito minutos depois, Suárez recebe na área, em alta velocidade, e guarda, sob pressão de Gimenez.
Bem, a partir daí, o Atlético incorporou de vez o Simeone de seus tempos de chuteira, e passou a distribuir porradas a valer, tendo como principais alvos Messi e Neymar, claro. Consequência: Felipe Luís e Gondin acabaram expulsos justamente, e o segundo tempo todo transcorreu em meio ao cerco do Barça à área madrilenha, em câmera lenta, como num treino de dois toques.
Assim, o Barça isolou-se na liderança do campeonato, com um jogo a menos, diga-se, e caminha firme para mais uma conquista pra se juntar a sei lá quantas já foram colecionadas na última temporada.