O blog traz uma história especial na data de hoje.
Vamos contar como a luta tem feito diferença na vida de algumas pessoas em um país aonde isto seria bem incomum.
Apesar da tradição milenar de ter esportes como sumô, boxe, karatê, luta greco romana e judô, a maioria esmagadora de atletas são homens.
Porém nos últimos anos, a coragem e força de vontade de algumas mulheres tem chamado a atenção.
Apesar de já possuir algumas campeãs olímpicas, tanto no judô como no wrestling, apenas três lutadoras conseguiram romper paradigmas e ter algum destaque fora do país, como Rin Nakai, Megumi Fujii, Rena Kubota e recentemente Kana Morinoto que assinou contrato com o ONE Championship.
Mesmo enfrentando desafios diversos, algumas japonesas estão se desafiando em busca de novos sonhos no mundo das artes marciais.
Natural de Nagoya, a kickboxer Mariya Suzuki é uma das personagens mais velhas nesta lista que vamos apresentar para você aqui.
Com 30 anos de idade e uma experiência em sua modalidade, Mariya é conhecida com um apelido inusitado: “A bela karateca e Madonna sangrenta”
O blog acompanhou com exclusividade sua última luta, em sua cidade natal, na organização local Krush, pela edição 168.
Apesar das raízes no karatê, Mariya também possui mãos pesadas e esta combinação explosiva escondida atrás de sua chamativa beleza, o que traz um misto de emoções para seu torcedor.
Com mais de 7 anos de carreira profissional, a lutadora chegou a se arriscar no MMA, mas uma grave lesão no joelho que a tirou dos ringues por quase 1 ano, a manteve no seu esporte tradicional, ainda buscando atingir grandes conquistas, agora sob a tutela do K-1, o maior evento de kickboxing do país.
Em uma luta bastante disputada, Mariya superou a atleta Hotaru em uma verdadeira batalha no terceiro round, levando a luta para um round extra, aonde Suzuki conseguiu a vitória na decisão.
Não sou apenas uma ring girl – Dois casos chamam a atenção por caminhos diferentes.
Modelos e recentemente nomeadas como “Rizin Girls” (uma espécie de Ring Girl do evento japonês Rizin Fighting Federation) por um ano, Akipi e Kana Yokoshima tiveram destinos diferentes.
Mãe de 4 filhos e mesmo aos 36 anos de idade, Akipi se apaixonou pelo esporte e após um ano de treinamento na academia Blaze Hachioji, nos arredores de Tóquio, a modelo realizou neste último final de semana, sua primeira luta de MMA amador.
Buscando melhorar em todos os fundamentos básicos do esporte para algum dia conseguir fazer uma luta profissional, Akipi acabou derrotada pela jovem Momoka Yoshikawa (que também é uma personagem desta matéria) mas surpreendeu mostrando muita garra e coragem mesmo perdendo a luta.
A modelo também revelou recentemente que a luta a ajuda a enfrentar um problema particular de saúde, o TDAH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), com a atleta participando de diversos torneios de Jiu Jitsu além do MMA.
Já Kana Yokoshima, acabou optando por se tornar uma funcionária do RIZIN, deixando a carreira de modelo de lado, mediante seu amor ao esporte.
Sua dedicação tem chamado a atenção dos fãs, tanto que o resultado foi uma participação informal em uma das peças promocionais da organização.
O dilema de decidir o futuro – Como mencionado acima, a jovem Momoka Yoshikawa de apenas 22 anos de idade, enfrenta uma situação inusitada.
Apesar da juventude, Momoka chegou a viver temporariamente na Estônia para estudar mas o amor ao esporte tem falado mais alto.
Representante da equipe Japan Top Team, que possui os astros Mikuru Asakura e seu irmão Kai, que vai lutar pelo cinturão do UFC, daqui duas semanas contra o brasileiro Alexandre Pantoja, a lutadora busca se afirmar no esporte e a vitória contra Akipi no último fim de semana trouxe uma inspiração para um novo passo em sua carreira.
A lutadora também é estudante de vários idiomas além do japonês, o que já lhe trouxe oportunidade de estar com a campeã do UFC, Valentina Shevchenko, experiência que certamente vai ajudar a crescer como atleta e profissional do esporte.
O caminho das mulheres no Japão ainda é bastante longo.
Atualmente organizações de MMA como o Deep e o Pancrase são os eventos que mais dão oportunidade para mulheres tentar a sorte no esporte.
No kickboxing também o K-1 juntamente com o Rise tem aberto portas para lutas femininas, porém, é importante lembrar que ainda há muito o que percorrer nesta jornada mesmo mediante ainda a muitas barreiras que precisam ser superadas.