Dia 22 de fevereiro de 2015, Porto Alegre.

O que era para ser um dia de festa se tornou em tristeza.

Na estréia do UFC na capital gaúcha, os brasileiros não conseguiram mostrar sua força.

Em 10 lutas, apenas 3 vitórias com Ivan Batman, Douglas Silva e Adriano Martins em uma luta que deixou muito a desejar e recebeu muitas vaias do público, que fez uma grande festa no Gigantinho.

Ingressos todos vendidos, mesmo com os problemas neste evento, já que a luta principal seria entre Glover Teixeira e Rashad Evans que caiu por lesão de ambos os atletas.

Antônio Pezão foi convocado para assumir a responsabilidade de representar o Brasil na luta principal contra Frank Mir.

Não somente ele, mas William Patolino, Tiago Trator, Jéssica Andrade, Edson Barboza, Yuri Marajó, Cézar Mutante e Pezão.

4 derrotas duras com Mutante, Patolino, Trator e Antônio Pezão que trouxeram o silêncio no Ginásio.

Uma noite de tragédia anunciada? Talvez, mas o aviso não vem de hoje.

Em outras edições no Brasil, nossos atletas não vem conseguindo bons desempenhos.

Em Barueri, Demian Maia perdeu para Jake Shields que nem no UFC está mais.

Erick Silva acabou sendo surpreendido por Dong Hyun Kim.

No Rio, Lyoto Machida perdeu para Phil Davis, José Aldo passou dificuldades contra Chad Mendes mesmo vencendo.

Sem mencionar diversos outros resultados negativos, é visível notar que o MMA brasileiro, que internamente ainda vive um caos, com desorganização e um extremo amadorismo, no país.

É lutador que morreu com problemas na perda de peso para uma luta, promotores que não conseguem dar condições dignas de trabalho aos atletas devido o pouco recurso que tem.

Sem contar os problemas das “Comissões” Atléticas com suas disputas políticas e de interesse.

Não existe organização e indiretamente, os eventos acabam não dando condições para o atleta desempenhar o seu melhor dentro do octógono.

As equipes, acabam também sendo prejudicadas porque não há uma evolução em alto nível e aos poucos, nosso MMA que é conhecido por ser um dos melhores do mundo, estamos deixando de ser uma potência.

Talvez, por ter grandes nomes no cenário ainda no auge e perto de disputas de cinturão, isso pode vir a iludir, fazer o público esquecer a dura realidade.

Os americanos a cada dia que passa, procuram aprender.

As grandes academias possuem estruturas de dar inveja ao Brasil.

Trabalho feito com muita seriedade e que vem dado resultado.

O Brasil que tinha vários cinturões, sobrevive agora, apenas com um, mediante a genialidade de José Aldo que vence grande batalhas e não tem o mesmo prestígio de Vitor Belfort e Anderson Silva.

É claro, que existe academias com boas estruturas mas nada parecido com os Estados Unidos.

Academias como CM System, Pitbull Brothers, Nova União, Team Nogueira, Astra Team, RFT, Chute Boxe/Diego Lima, ainda conseguem manter um nível considerado aceitável, se comparado ao que nosso esporte merece e possui de talento.

Porém os problemas acima citados, acabam limitando os lutadores de evoluir mais e os mesmos entram em uma zona de conforto, que em um esporte de altíssimo nível é um suicídio a passos lentos.

O MMA brasileiro pede socorro.

Enquanto esta desorganização não for resolvida, o risco de mais vexames como o da noite deste sábado, podem ser não só um fato isolado, mas de maneira frequente no UFC.

Porto Alegre e os fãs gaúchos não mereciam isso, mas o sinal foi dado.

Apesar da situação difícil, ainda existe uma esperança de que nosso esporte em mãos de pessoas sérias, honestas, bem intencionadas e com responsabilidade possam ajudar a reverter este quadro negativo.