Após susto, Duda Yankovich conta sua história, fala sobre Ronda Rousey, lamenta falta de reconhecimento e planeja voltar a lutar: Desistir jamais!

Duda Yankovich fala sobre carreira, MMA, e Ronda - Arquivo Pessoal
Duda Yankovich fala sobre carreira, MMA, e Ronda – Arquivo Pessoal

 

O blog traz uma entrevista especial nesta semana.

Conheça um pouco sobre a história de Dusica Jankovic.

Por este nome, talvez você não vai saber que é o verdadeiro nome da atleta Duda Yankovich, de 37 anos que nasceu na Sérvia.

Duda conheceu as artes marciais desde os 11 anos de idade, Duda foi a faixa-preta mais jovem de Karatê Shotokan da história da Sérvia, antiga Iugoslávia. Em 1994 disputou o Campeonato Europeu em Praga, obtendo a medalha de prata. Neste mesmo ano também ganhou a medalha de bronze no Campeonato Mundial juvenil na Polônia.

Passou a praticar Kickboxing e boxe tornando-se campeã sérvia de 1996 a 1999 e campeã dos Balcãs em 1998 e 1999.

Devido a guerra em seu país, a atleta mudou para o Brasil em 1999.

Recentemente, após ter sido ajudada pela lenda do MMA, Rodrigo Minotauro, a lutadora Duda Yankovich já superou o susto vivido após ter sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Recuperada, a atleta contou como foi sua recuperação e também falou sobre sua história no mundo das lutas.

“Estou ótima. Minha recuperação foi rápida e com 14 dias já estava fazendo atividade física além de trabalhar normalmente. Agora com um pouco mais de um mês retomei a minha rotina de treinos, com um pouco menos de intensidade mas evoluindo rapidamente.

Queria agradecer a equipe médica do Barra dor, que cuidou de mim, a Dra. Angela Cortes, meu treinador Vander Valverde e meus colegas de treino que me resgataram, Rodrigo Minotauro, André da Delínea Seguros e o advogado Paulo Parente que cuidaram de tudo e principalmente meu marido, Douglas Moura, que foi incansavelmente presente do começo ao fim e além disso meu patrocinador Apto Comunicação que passou a me apoiar após o que aconteceu para que meu retorno seja muito em breve.

Obrigado por salvar minha vida, agora vou aproveitar e fazer valer a pena.” contou Duda.

 

Duda recebe homenagem  e se torna cidadã honorária do Rio de Janeiro - Divulgação
Duda recebe homenagem e se torna cidadã honorária do Rio de Janeiro – Divulgação

A atleta contou um pouco sobre sua mudança do Boxe para o MMA e revelou um sentimento de indignação com o pouco reconhecimento do público devido suas grandes conquistas alcançadas.

 

“Eu entrei na Team Nogueira em 2011, ainda competindo somente no Boxe. Mas viver dia a dia com atletas de MMA, treinando algumas sessões com eles, vendo essa luta diária, meu coração bateu mais forte e eu precisava entrar nesse mundo. Foi um desafio, e como eu adoro desafios, estou amando, treinando e lutando MMA pelo puro amor ao esporte, as artes marciais e vou continuar até o fim.

Na verdade, fui campeã mundial de Boxe, campeã brasileira, campeã Panamericana, Bi Campeã Sul Americana de kickboxing, fui medalha de bronze de boxe amador pelo Brasil no Campeonato Panamericano Feminino em 2005.

Eu tenho a plena consciência que as pessoas e até os fãs só lembram dos resultados recentes.

Infelizmente o meu título mundial, foi o primeiro título mundial feminino na história do Brasil e foi pouco reconhecido, mesmo eu optando a representar o país que ainda nem me naturalizou. Isso sim acho injusto!” disparou Duda.

 

Duda contou como anda seu trabalho e reconheceu que não tem acompanhado muito o kickboxing atualmente.

 

“Na verdade eu não dou muita aula na Team Nogueira, faço parte da supervisão técnica e comportamental dos professores que dão aula na matriz e nas franquias. A Team Nogueira não é apenas uma academia, a gente procura trazer para dentro a família toda, cada um adotando as artes marciais de seu jeito.

Procuramos abrir espaço para todo mundo, ajudar na educação das crianças, abrir espaço para projetos e ajudar os jovens com menos oportunidade na vida. E tudo apresentando como exemplos de disciplina, superação, determinação, dedicação e foco.

Sem os próprios próprios atletas profissionais da academia, seria impossível, É uma honra fazer parte da Team Nogueira, fora isso eu trabalho como preparadora física e personal trainer junto ao respeitado professor Cláudio Pavanelli na Beone. (Núcleo de Desenvolvimento da Performance Humana).

Vou ser bem franca, não tenho acompanhado do kickboxing recentemente, mas fico feliz de saber que está aparecendo cada vez mais. É um esporte que eu gosto muito e lembra minha vida na Sérvia.

Devo muito ao kickboxing e meu treinador Neca e acho que é um esporte que merece mais espaço na mídia.

Sobre o Boxe, tornou se difícil lutar no Brasil, nem vou mencionar, mas acredito que você sabe muito bem dos problemas (Managers, Empresários, Bolsas, Promotores), ainda com a expansão do MMA, complicou ainda mais.

Conheço bem os irmãos Falcão, adoro e sou fã de carteirinha. Conheço o Yamaguchi desde a época que eu era a única mulher a treinar com a seleção masculina em Santo André.

Tomei muitos socos dele quando lutava na categoria até 64 kg. Foi um tempo muito bom de muito aprendizado, tenho muito carinho por estes meninos e espero que cheguem longe e tragam de volta o brilho do boxe que este esporte merece.” contou.

 

A lutadora também contou com tem sido seu processo de mudança de categoria, agora que vai lutar com 57 kg.

Duda admitiu que para a mulher é um pouco mais difícil perder peso em comparação aos homens.

 

“Hoje eu nem luto mais na categoria 135 lbs (61 kg). E sim na 125 (57kg), para descer até 135 não foi difícil, já para chegar na 125 eu tenho um pouco mais de trabalho, mas não é difícil quando se tem a disciplina.

As mulheres no geral perdem menos peso que os homens, tem uma ou outra atleta que perdem igual mas o procedimento é o mesmo. Perder peso hoje é uma ciência, não se tem luxo para errar pois na hora da luta o erro aparece.

Para mulher certamente é um pouco mais complicado devido aos processos fisiológicos, mas não impossível, basta ter a disciplina.” contou.

 

Lutadora é integrante da Team Nogueira - Arquivo Pessoal
Lutadora é integrante da Team Nogueira – Arquivo Pessoal

 

A lutadora analisou o perfil da americana Ronda Rousey que atualmente tem vivido momentos de grande fama e repercussão.

Duda, que já participou do reality show da Rede Record, A Fazenda e teve muita exposição na mídia mostra um descontentamento com as atitudes da americana.

 

“Eu admiro a atleta Ronda Rousey. Sua qualidade técnica, agressividade, vontade de vencer.

Mas não sou louca pela figura humana dela, pois discordo das suas atitudes antiesportivas, sua forma de se dirigir a outras atletas, certa falta de respeito para com suas adversárias e arrogância desnecessária.

Mas ela optou por este perfil e espero que ela venha a saber lidar com as consequências. A vida é feita de escolhas.” disparou Duda.

 

A atleta também falou um pouco sobre sua história na Sérvia, além de seu retorno que ainda não tem data marcada.

 

“Eu vivi não uma, mas quatro guerras e uma delas foi diretamente (bombardeio de Belgrado na OTAN, durante 77 dias) e outras indiretamente que aconteciam nas fronteiras do país.

Meu pai e meu tio foram convocados e ficaram desaparecidos por alguns meses e eu sei que a guerra faz com as pessoas.

Eu acho que o esporte é o caminho da união, cada dia acompanhamos o poder que os atletas de ponta tem na mídia, influenciam nos jovens e isso é algo que poderia ser usado melhor. Sempre mandando o recado da união, da paz.

Ainda não tenho data para voltar por agora, pois me preocupo com a minha integridade física e saúde, mas em breve poderei dar a notícia. Desistir Jamais.

A vida é feita de escolhas, eu fiz duas: Uma é o esporte e outra é desistir jamais, por mais que venha parecer ser difícil.” finalizou a atleta.

 

Conheça Duda Yankovich:

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