O Entrelinhas foi criado em novembro de 2020, para falar do futebol feminino brasileiro. Mas a modalidade não seria a mesma se, no masculino, não houvesse Pelé.
Pelé permeia o futebol em todas suas formas. São quase sinônimos.
O atleta do século manteve olhares atentos no jogo delas e inquestionávelmente também o guiou. Quando Marta se tornou a primeira jogadora a marcar em cinco Olimpíadas diferentes, ele a homenageou e questionou “quantos sonhos você acha que inspirou hoje?” O legado de Edson, certamente, foi e será luz para o anseio de muitos amantes do esporte, para além do gênero e das nossas fronteiras.
Morando nos Estados Unidos há um ano e meio, consigo ter a dimensão do quão grande ele é.
Sempre que falo que tive a oportunidade de entrevistá-lo duas vezes, norte-americanos que nunca assistiram uma partida de soccer reverenciam o rei e falam da sua grandeza.
Em 13 de novembro de 2019, quando eu entrei na sala para entrevistar o Pelé, eu falei pra ele: “parece que eu estou falando com meu vô”. O seu Antenor e o senhor Edson não poderiam ser mais diferentes. As semelhanças paravam no fato de que ambos eram mineiros e compartilhavam o amor pelo Santos.
Talvez, tenha sido justamente por causa do Pelé que meu vô escolheu o time da Vila pra torcer.
Fato é que, quando vi Pelé, me encontrei e conectei com meu vô, que foi levado pela mesma doença quando eu tinha cinco anos.
Pelé foi gentil, atencioso e carinhoso.
Hoje, eles se encontram no outro plano. Boa passagem, Rei. Foi uma honra.