Resilience. No dicionário Michaelis, a tradução em inglês de “resiliência” significa “capacidade de rápida adaptação ou recuperação”. Para Debinha, artilheira da Seleção na Era Pia, que tem a palavra tatuada na perna, o substantivo reflete o futebol feminino brasileiro.
“Resiliente é a história das pioneiras do futebol feminino. As trajetórias das jogadoras falam por si”, afirma a camisa 9, em entrevista ao Entrelinhas. “A gente sabe, muitas jogadoras brasileiras têm uma história parecida, de lutas, de vitórias. Ser resiliente é isso: quebrar obstáculos, estar todo dia dando seu melhor, independente se é como você esperava, se as coisas andam com você planejava. É nossa luta diária. Futebol feminino é isso”.
Mesmo longe de casa enquanto defende o North Carolina Courage, dos Estados Unidos, a mineira sabe que está fazendo sua parte para fortalecer o futebol feminino brasileiro. Na busca pelo octacampeonato da Copa América, por exemplo, ela marcou o gol da vitória da Seleção na final, e fechou o torneio como artilheira, com cinco gols, ao lado de Adriana.
O título recém conquistado ajudou também Pia Sundhage a entrar na história como a primeira treinadora mulher campeã do torneio, no primeiro troféu oficial da técnica à frente da Canarinho.
Para Debinha, a maior dificuldade que a equipe nacional encontra hoje é a falta de tempo para entrosamento, principalmente com a constante chegada de novas atletas, já que o grupo está em um processo de renovação. “A gente vê que a Pia tem feito bastante mudanças na equipe. Cada convocação chega uma menina nova. Temos mais um ano para o Mundial e dois anos para a Olimpíada, então espero que possamos evoluir”, analisa Debinha.
No Courage, a meia divide campo com outra brasileira que veste a amarelinha: Kerolin. Para Debinha, esse entrosamento faz a diferença dentro das quatro linhas. “Isso só tem a agregar para a Seleção”, destaca. “Por mais que seja um período curto de convocação, é importante estarmos sempre juntas e criando um bom ambiente dentro da Seleção”.
Assim como na Seleção, na equipe norte-americana, a jogadora é peça essencial. No último ano, por exemplo, atuou em todos 18 jogos, marcou três gols e deu duas assistências. Segundo Debinha, o diferencial da liga dos EUA é “nunca saber que vai ganhar”.
“Você tem 30 jogos na temporada, e todos são bem competitivos”, destaca a atleta. Isso porque, segundo ela, os times são equilibrados. “A gente vê em outras ligas que tem um time que tem seis, sete meninas que se destacam, de Seleção — aqui é diferente. Todos times tem grandes jogadoras no elenco”, finaliza.
Como sempre Debinha surpreendendo em campo. Adoro jogos futebol feminino.
Deveria ter destaque maior.
Ótima matéria!!