Interesses, interessados e desinteresse

Constatando ainda em inúmeros lugares a ausência do componente curricular Educação Física; sua substituição por atividades terceirizadas para academias nos arredores da instituição de ensino; a supressão descabida de aulas semanais da disciplina restringindo-a a apenas um encontro semanal; a supressão total no último ano do ensino médio (como constatado no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo – onde atuamos por um ano como professor substituto); a desvalorização do componente por todos os pares atores da Educação Básica Nacional; pais que sequer se preocupam com as questões da corporeidade de seus filhos; a sociedade que afirma, em inúmeros meios de comunicação, que Educação Física é sinônimo de Esporte e, pior, tendo-o como reprodutor do Esporte Espetáculo e inúmeros outros fatores degradantes, me veio a dúvida:

“Quais são os interesses da Educação Básica centrados no componente curricular Educação Física?”

“As crianças e adolescentes privados desta oportunidade, os maiores interessados, continuam afastados e sem excluídos?

“São os interesses econômicos e políticos que dominam a mesmice por décadas gerando desinteresse de ordem geral?

E nós professores, calamo-nos? É isso? Concordamos com o Rola Bola?

Concordamos que os buscam o curso superior de Educação Física o fazem por imaginarem não ser necessário estudar?

E vocês, pais e familiares, concordam em manter as coisas como estão, em toda a Educação Básica Nacional?

Há que serem superadas estas mazelas. Acredito, ainda, ser possível.

 

 

Daniel Carreira Filho

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