Base Nacional Comum Curricular – a Educação Física para além do quarteto hegemônico

Reproduzimos a seguir o texto do documento oficial sobre as questões da Educação Física na Educação Básica, inserindo as práticas de aventura. Devemos superar o quarteto hegemônico de forma a ampliar as possibilidades da expressão cultural corporal.

Por fim, na unidade temática Práticas corporais de aventura, exploram-se expressões e formas de experimentação corporal centradas
nas perícias e proezas provocadas pelas situações de imprevisibilidade que se apresentam quando o praticante interage com um
ambiente desafiador. Algumas dessas práticas costumam receber outras denominações, como esportes de risco, esportes alternativos e esportes extremos. Assim como as demais práticas, elas são objeto também de diferentes classificações, conforme o critério que se utilize. Neste documento, optou-se por diferenciá-las com base no ambiente de que necessitam para ser realizadas: na natureza e urbanas. As práticas de aventura na natureza se caracterizam por explorar as incertezas que o ambiente físico cria para o praticante na geração da vertigem e do risco controlado, como em corrida orientada, corrida de aventura, corridas de mountain bike, rapel, tirolesa, arborismo etc. Já as práticas de aventura urbanas exploram a “paisagem de cimento” para produzir essas condições (vertigem e risco controlado) durante a prática de parkour, skate, patins, bike etc

Há que se produzir ações de aproximação de crianças e adolescentes do universo das práticas da cultura corporal de movimento e não de limitá-las ou excluir os menos hábeis.

Daniel Carreira Filho

2 comentários

  1. Olá, professor. Ano passado eu tematizei Capoeira, Ginástica, Danças, Brincadeiras Africanas, e os únicos esportes que trabalhei foram Rugby e Futebol, ambos no mesmo bimestre. O futebol eu foquei na história do futebol do município, e pesquisas sobre antigos jogadores do time local. Entendo que pode sim trabalhar o tal “quarteto”, mas que comecem a pensar no tema numa dimensão conceitual também, relacionada a problemas sociais e temas emergentes.

    Mas agora eu pergunto: será que as universidades incentivam a diversificar os temas? Infelizmente o profissional de EF pensa o movimento com um fim em si mesmo, não que seja dotado de signos e codificações.

    1. OLá, Ian. Perfeita sua colocação. Há uma frase da professora Liselott Diem que dá ampla noção sobre o que tentamos pontuar: “quem está preocupado com a aprendizagem das pessoas não estabelece limites fixos para esta aprendizagem”. Há quantos anos, quiçá décadas, temos apenas o quarteto hegemônico repetido a cada ano letivo e dividido nos bimestres. Há um universo de possibilidades que não oferecemos a oportunidade de apropriação de saberes aos nossos alunos. Compreendo que sua crítica à formação é pertinente e, infelizmente, verdadeira. Temos que superar esta limitação que julgo ser comnplexa, sem dúvida. Grato por sua contribuição.

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