As lutas e esportes de combate da escola

A ampliação das oportunidades de práticas corporais, para muito além das até então ofertadas às crianças, a supressão da iconolatria como fonte de motivação que parte de algumas mídias, a valorização das experiências múltiplas (Pluralidade) e a compreensão do componente curricular como “formação ampliada” de crianças e adolescentes, é parte das propostas apresentadas no campo das lutas, esportes de combate como, inclusive, preceitua a BNCC.

Mas, não basta oferecer a prática pela prática às crianças e adolescentes na Educação Básica. É necessário ampliar a contribuição do componente curricular Educação Física com a orientação, informação e debates sobre os inúmeros outros fatores envolvidos nas práticas da cultura corporal de movimento.

No início da segunda metade do século passado o componente curricular não contava com a participação de conhecimentos outros que permitissem a discussão, com e entre os alunos, dos fenômenos sociais presentes em nossa sociedade. As aulas eram mera repetição de conteúdos das quatro modalidades esportivas dominantes (sobejamente apontado e referenciado como o quarteto hegemônico ou mágico) e as atividades de ordem unida, ginástica sueca ou, quando muito, a francesa balanceada.

Tive um professor que defendia a premissa de que os futuros professores deveriam realizar todos os movimentos de ambas (sueca e francesa) como fundamento para a oferta de movimentos, exercícios localizados, para seus alunos. Afirmava que se tratava de um processo de memorização para, quando em aula, tivesse o acervo necessário às suas atividades de ensino, mais coerente como exercícios físicos com olhares meramente biológicos.

Em uma de nossas oportunidades para o desenvolvimento de aproximação dos alunos do ensino médio, quando oferecemos a vivência da capoeira, inclusive contando com a colaboração de um docente especialmente convidado por um dos alunos do curso, foi possível desenvolver o tema “capoeira” para muito além da prática motora abrangendo aspectos culturais, sociais e de respeito à diversidade. Relataremos em um próximo post esta experiência gratificante.

Daniel Carreira Filho

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