Torcedores do Corinthians vivem questionando por que time vai bem no “mata-mata” e se complica todo no Campeonato Brasileiro? Afinal de contas, o que muda são os critérios para se classificar e nada deveria atrapalhar. Só que não! São duas competições onde muda o espírito da coisa. Numa delas, o Timão se sai bem e em outra, muito mal. Na Sul americana e na Copa do Brasil, vale a raça, a garra; pesa mais a emoção, o envolvimento com o momento do que qualquer outra coisa. Já no Brasileirão, importa a razão, a competividade, os esquemas táticos e a regularidade, detalhes que o time do técnico Ramon Dias ainda não tem.
Por exemplo: dois jogos em questão, Juventude e Botafogo. Quando precisou, o Timão na base do empenho e da garra conseguiu a classificação para a semifinal da Copa do Brasil. O gol salvador de André Ramalho saiu no sufoco, ele que estava contundido e fazendo apenas figuração no gramado. Diante do Botafogo, ao contrário, tudo deu errado. A começar com o pênalti perdido por Romero. Como a competividade é a marca registrada do torneio, não se pode se dar ao luxo de errar uma penalidade. Como a equipe ainda não tem conjunto, o jogo complicou. Fogão criou e aproveitou melhor as chances.
Ramón Díaz precisa entender essa sutil diferença se quiser evitar o rebaixamento corintiano no Brasileirão. Não adianta escalar o time principal se continuar sendo mais emoção do que razão. Jogar com o coração é bonito de se ver e chega a ser louvável. Porém, não é suficiente para escapar da zona vermelha do torneio. Zaga precisa ser mais atenta e parar de sofrer gols urgentemente. Meio-campo mais combatente e marcador e o ataque não desperdiçar tantas oportunidades. Aquele papo de “mudar a chavinha” é essencial para a sobrevivência alvinegra.
E tenho dito!