Eurocopa x Copa América, Primo Rico x Primo Pobre!!!

Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Nos bons tempos de programas humorísticos na TV aberta,  Paulo Gracindo e Brandão Filho faziam o quadro “Primo rico e Primo pobre” no programa “Balança mas não Cai”. Gracindo incorporava um homem milionário que gastava dinheiro a rodo com coisas fúteis. Brandão, ao contrário, vivia sem grana, sempre atrás de um mordidinha no caviar do parente. Gracinco, pão duro, nem restos dividia e quando cedia era para dar uma “esmola” temporária. Era engraçado demais e triste demais ao mesmo tempo. Um retrato da sociedade brasileira e seus extremos sociais.

O mesmo acontece agora quando o telespectador assiste jogos da Eurocopa e da Copa América. A primeira é disputada na Alemanha. A segunda, nos Estados Unidos. Até aí 1 a 1. Partidas ocorrem em belíssimos estádios, carregados de conforto e tecnologia. E quanto ao nível técnico? Bem, ai o bicho pega. Seleções europeias estão anos luz à frente das sul-americanas. Mais organizadas, melhor treinadas, com atletas altos e fortes, chegando junto quase sempre sem maldade. Até a arbitragem é diferente. Juízes deixam o jogo correr e apelam para o VAR, sempre rápido e objetivo.

Impressionante o abismo existente entre o futebol europeu e o sul-americano. Parece outro esporte. Coisa de outro mundo, de ETs. Isso do goleiro ao ponta esquerda, entre reservas e titulares. A chance das seleções do Velho Mundo perderem para as do Novo Mundo é quase zero. Sempre existe uma esperança, aquele jogador que desequilibra o espetáculo, como o Messi, por exemplo, que carregou a Argentina nas costas e levou a Copa do Qatar. Somos o “Primo pobre” (Brandão Filho, de terno surrado, chapéu furado e gravata torta)) tentando sensibilizar o “Primo rico” (Paulo Gracindo, de penhoar de seda, tomando chazinho em xícara de cristal e fumando charuto cubano).

E tenho dito!