O gol é o momento máximo do futebol. Lances de drible, passes precisos ou jogadas de primeira fazem parte do espetáculo, porém nada se compara com a bola balançando o “véu da noiva”. No último clássico entre Corinthians e São Paulo não faltaram emoções. Os dois gols corintianos foram uma pintura. Coronado acertou uma pancada de fora da área. Pelota foi no ângulo de Jandrei, que nem se tivesse dois metros (como Carlos Miguel) conseguiria salvar. Outro, de Mosquito, repetiu a dose para a alegria da Fiel torcida. Foram gols raros, difíceis de acontecer.
E por quê não é comum ver tentos assim? É que a bola nacional tem uma Cultura: entrar de bola e tudo, tabelando, trocando passes, para depois finalizar. Hoje até o goleiro participa da armação da jogada, às vezes sem precisar, complicando para si mesmo uma situação tranquila. Arriscar de fora da área, ou bater no gol em condições difíceis também é motivo de expressão positiva. Dar um “canhão” de fora da área é uma coisa; colocar sem apelação para o goleiro é bem outra. Tanto Coronado quanto Mosquito sabem bater na “criança”, Arriscaram e tiveram sucesso.
Nada contra o futebol progressivo, tipo “dinizismos” da vida. Contudo, a objetividade encanta mais, sempre direta e certeira. Elogios para o primeiro gol são-paulino. Calleri fez o “paredão” em cima do zagueiro Caetano e deixou Lucas Marcelinho na cara do gol. O ex-corintiano tocou sem apelação para Carlos Miguel. Foi um gol importante, afinal saiu em um clássico tradicional, mas foi fruto de uma jogada normal. Já Coronado e Mosquito fugiram do padrão, para o deleite de quem aprecia o bom futebol, aquele que levou o Brasil ao pentacampeonato.
E tenho dito!