Abel Ferreira simplesmente “bestial”

O folclórico e saudoso técnico Otto Glória dizia que em Portugal um técnico era “besta ou bestial”.  Nesta terça-feira à noite, no Mineirão, o português Abel Ferreira teve uma jornada bestial. Estava perdendo por 1 a 0. Trocou Rony por Gabriel Veron. Dele saiu o cruzamento para Dudu empatar. O resultado de 1 a 1 (gol fora) classificou o Palmeiras para a final da Libertadores em partida cheia de emoção. Agora, o Verdão espera o Flamengo ou o Barcelona de Guayaquil na disputa do título, no estádio de Montevideu, no Uruguai, no dia 20 de novembro.

Na retranca e com três zagueiros. O técnico Abel Ferreira armou o time palmeirense com o regulamento debaixo do braço. Fechou-se lá atrás e apostou na famosa “uma bola”. Até por essa atitude, o Galo teve mais domínio e tomou a iniciativa sem cerimônia. Guilherme Arana, por exemplo, flutuava pela esquerda e Mariano fazia o mesmo pela direita.

Verdão vivia das arrancadas de Rony, sempre valente e brigando por todas vantagens que podia obter. A grande chance, no entanto, esteve nos pés de Piquerez, que fintou Mariano e bateu cruzado para fora. Antes, Vargas deixou Hulk livre na cara do gol. Wewerton foi mais rápido e evitou o pior. Na base do rígido esquema tático, o Alviverde ia cozinhando o “galo”.

Jogadores atleticanos baixaram o sarrafo. Faltas violentas paravam as iniciativas da equipe paulista. Raphael Veiga escorregou, Arana recuperou porém chutou fraco. Na saida rápida, equipe do treinador Cuca estava ligada. No entanto, muitos passes errados prejudicavam a evolução ofensiva.

Nacho Fernandes ganhou de Felipe Melo na dividida, penetrou e finalizou para ótima defesa de Weverton. Decisão ficou mesmo para a etapa final. A responsabilidade, agora, seria de Cuca. Afinal, atuava em casa, frente a 20 mil torcedores e não correspondia às expectativas. Resultado valia uma vaga na final da cobiçada Libertadores. Quem quisesse passar a outra fase teria de colocar o coração no bico da chuteira.

Hulk de fora da área arriscou a pelota bateu na cabeça de Wewerton no contra-ataque, Marcos Rocha lançou Rony. Atacante chutou cruzado e Everson cobriu o ângulo. Ai, então, Jair desceu pela direita e alçou na área. Vargas subiu no meio da zaga adversária e testou para o fundo das redes alviverdes, 1 a 0. VAR checou e validou.

Agora, era a vez do portuga agir, soltar o time. Nacho Fernandes, no entanto, deixou Vargas na cara do goleiro e o chileno desperdiçou. Perdeu tento feito. Palmeiras sentiu a barra e deixou se abater. Wewerton deu um estourao para frente, Rony levou Nathan Silva na corrida e bateu. Everson salvou. Árbitro errou e assinalou tiro de meta.

Rony continuava isolado e mesmo assim ameaçava. Por incrível que pareça, o melhor jogador palmeirense saiu. Rony foi embora para a entrada de Gabriel Veron. E deu certo: Veron passou como quis por Nathan Silva e rolou para Dudu, quase em cima da linha., 1 a 1. Mão santa do polêmico técnico português.

O resultado classificava o Verdão. Era tudo ou nada para o Galo. Contundido, saiu Marcos Rocha e veio Gabriel Menino. De falta, Hulk bateu forte para Wewerton espalmar. Jair deu lugar a Samarino. Atlético MG apressado, para não dizer desesperado. Verdão adiantou a marcação e dificultou a saída de bola atleticana. Equipe da casa nervosa.

Abel tirou Dudu e Veiga e pôs Wesley e Zé Rafael. Cuca sacou Zaracho e apostou em Sasha. Treinador do Galo fez mais mudanças e colocou o zagueiro Rever para tentar o gol de cabeça. Nada adiantou e o Atlético MG ficou no “cheirinho” como o Flamengo no passado.

E tenho dito!