Futebol brasileiro renasce nas mãos de Tite!

Neymar comemora seu gol com Tite. Foto: Rodrigo Buendia/AFP
Neymar comemora seu gol com Tite. Foto: Rodrigo Buendia/AFP

Muita gente entende ser o treinador figura quase decorativa. Dizem ter ele a responsabilidade de apenas 20% no contexto de uma campanha, seja gloriosa ou desastrosa. Talvez. O fato é que o ex-corintiano Tite estreou como técnico da seleção brasileira nesta quinta-feira, nas alturas do Equador e deu Brasil. Uma atuação sensacional, como nos velhos e bons tempos de Pelé, Garrincha, Tostão, Zico, Sócrates, Romário ou Ronaldo Fenômeno. Seleção goleou fora de casa, 3 a 0. Venceu e convenceu. Sobrou em campo.

Tite colocou ordem na casa em relação a Dunga, sem dúvida. O melhor goleiro (Alysson) no gol; o melhor lateral direita (Dani Alves) na posição e assim sucessivamente. Não inventou nada. Só deu a “César o que é de César. A Deus, o que é de Deus”. Como no Timão, a tal da meritocracia prevaleceu. Já ganhou o elenco nas conversas de véspera e no vestiário (o gaúcho é um mestre nessa área). Neymar fez o primeiro de pênalti. E o que ele fez? Correu para abraçar o treinador.

Gabriel Jesus, um gol de calcanhar e outro de fora da área (ainda sofreu a penalidade) agiu da mesma forma. Para agradecer a todos, Tite humildemente cumprimentou jogador por jogador no banco de reservas, um “muito obrigado”, com educação e respeito. E a bola exibida pelo Brasil foi a mais simples e modesta possível: o arroz com feijão bem feito, o jeito moleque, irreverente e driblador. Prevaleceu  a cultura das ruas, das praias, do campinho de terra, da diversão de brincar até com bola de meia no meio do nada.

Meus amigos, finalmente o futebol brasileiro saiu da lama, com a medalha do ouro olímpico no peito e a certeza do retorno da beleza, da malícia e da arte da bola nacional.

E tenho dito!