O legado de Wilson Seneme, ex-presidente da Comissão de Arbitragem da CBF

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Após sua saída da presidência da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme não nos surpreendeu em sua primeira entrevista coletiva. Ele revelou sua formação e todos os seus princípios. Senão, vejamos, com alguns poucos exemplos. Apesar de ter encontrado na CBF uma estrutura bem montada, inclusive os instrutores preparados pelas gestões anteriores, especialmente as de Sergio Corrêa e de Cel. Marcos Marinho, das quais participamos ativamente, Wilson Seneme teve a coragem de dizer que fez tudo e que deixou um grande legado, pois teria realizado em 02 anos (foram 03), o que ninguém faria em 10, apesar de nada, absolutamente nada, haver sido inovado.

Um dos seus “grandes feitos” foi desvirtuar a finalidade técnica e de independência da Ouvidoria de Arbitragem, que dialogava de frente, com verdade e ética, com os clubes, federações e os próprios árbitros, além e principalmente, de reconhecer, como nunca pode deixar de ser, os erros de arbitragem. A par disso, Seneme teve o “mérito” de acabar com a Escola de Arbitragem, que, agora, a CBF prometeu revitalizar. Sendo assim, Seneme, porque apenas usou tudo que estava pronto, apesar de praticar a façanha de destruir parte do que funcionava muito bem, como apontado, ainda praticou estelionato ao dizer que criou tudo, a exemplo do famigerado programa PADA, que nada mais é do que o Programa de Aperfeiçoamento Contínuo da Arbitragem instituído pelas referidas gestões anteriores, apenas com a diferença praticada por Seneme que consistiu na desastrosa filosofia de punição pública aos árbitros, com a inconcebível agravante de algumas punições terem sido seletivas: uns árbitros, sim, outros não, arranhando o princípio ético da igualdade.

A realidade, desse modo, é que o legado de Seneme foi apenas o de dizer que fez tudo que já estava feito, de desfazer ou desvirtuar parte do que havia e, sobretudo, de destruir toda a cultura de arbitragem, que culminou no maior número de erros, e erros grotescos, já visto na história de nosso futebol, em razão da mais desencontrada diretriz de critérios de interpretação e com amiúde ferimento das letras das regras do jogo e seu espírito. Tudo que deixou os árbitros inseguros. Resumidamente, pois, este foi o “incrível” legado de Seneme, além, é claro, de revelar seu caráter elevadíssimo de ingratidão com os que o ajudaram.

O Reinaldo Barros que, de fato, é um dirigente preparado, apenas agora foi descoberto como o “grande”, em que pese sua já longeva carreira na Federação Paulista e na própria CBF. Tanto elogio, só agora, seria oportunismo?! O tempo dirá. Em contrapartida, Ednaldo Rodrigues, atual presidente da CBF, a quem Seneme obedecia cegamente, inclusive em relação à indicação dos árbitros FIFA, cometendo afronta ao tradicional e ético processo – técnico e não político – agora já é passado!

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