Arbitragem de excelência em Palmeiras x Botafogo, mas com um pecado capital

Foto: Cesar Greco/Palmeiras

A arbitragem de Wilton Pereira Sampaio, auxiliado por Bruno Pires e Bruno Boschilia, com Wagner Reway no VAR, foi de excelência. Wilton demonstrou, mais uma vez, sua capacidade de árbitro mundialista ao dirigir um jogo tão importante com sobriedade, segurança e perfeitos controles emocional e disciplinar. Para coroar o êxito do seu trabalho, Wilton ainda agiu muito bem na expulsão de Marcos Rocha, pois, apesar de o golpe desferido no rosto do adversário não ter sido com força excessiva, a punição correta era, de fato, CV, porque o golpe no rosto aconteceu com a bola fora de jogo. A expulsão, assim, foi com base em literal texto da regra. O socorro do VAR foi correto e dentro do protocolo. Desta feita, Wagner Reway agiu bem.

Não obstante a eficiência da arbitragem, um pecado capital foi cometido. Com efeito, o cartão amarelo aplicado a John, goleiro do Botafogo, foi completamente equivocado e feriu o texto da regra. É que, se a bola estava em jogo e na mão de John, Wilton não poderia punir o jogador com cartão amarelo e reiniciar o jogo com a bola ao solo. Das duas uma, ou Wilton não punia John e permitia seu atendimento médico e reiniciava o jogo com bola ao solo, ou, se paralisou o jogo e puniu o goleiro com cartão amarelo, era obrigado a reiniciar o jogo com tiro livre indireto contra o Botafogo. Isto, igualmente ao caso da expulsão, é texto de regra. É bom dizer que esta ilegalidade só é vista no futebol brasileiro, sendo que, às vezes, a punição ao goleiro e o reinício do jogo com bola ao solo têm ocorrido mesmo após o goleiro receber atendimento médico, o que mais agrava a violação da regra. Wilton, um árbitro da sua capacidade, não pode cometer deslize desta natureza. A regra deve ser seu inseparável suporte. A Comissão de Arbitragem da CBF não deveria permitir “jeitinhos”, sobretudo com violação da regra. Mas, ao que se tem observado, o cumprimento da regra e o estabelecimento de critérios consistentes não são o forte do colegiado.

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