Balanço positivo da arbitragem na primeira rodada do Brasileirão

(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Foi encerrada na noite dessa segunda feira, 31/03/25, com boa arbitragem dos baianos Bruno Vasconcelos, Alessandro Matos e Daniela Pinto, no jogo entre Bragantino e Ceará, a primeira rodada do Campeonato Brasileiro da Série A. O balanço da arbitragem na rodada foi positivo, apesar de alguns pequenos erros de técnica e de má interpretação da regra.

O grande ponto positivo e que interferiu diretamente no resultado do balanço foi o fato de não ter sido marcado ou anulado nenhum gol erradamente, assim como de não ter havido falta física ou de efeito tático grave que não haja sido punida de modo correto. A expulsão de Everton Ribeiro, do Bahia, no jogo com o Corinthians, por exemplo, foi acertada. No primeiro CA, Everton cometeu duas faltas seguidas por trás e de forma deliberada. No segundo CA, apesar da falta não ter sido claramente intencional, foi muito imprudente, sobretudo porque praticada por trás e impediu um ataque promissor. Tudo certo, então: CA + CA = CV.

Também merece aplauso destacado a dinâmica dos jogos, pois todos ocorreram com menos paralisações do que habitualmente acontece, em especial para atendimentos desnecessários a jogadores sem qualquer indício de lesão. Vale lembrar que esta prática de atendimento sem sentido tem grassado grosseiramente em nosso futebol, tanto por erro dos árbitros como pela má-fé de muitos jogadores.

De seu turno, a atuação dos VARs foi elogiável, pois nem interferiram indevidamente nem se omitiram. Osanas para o sistema de bolas múltiplas à volta do campo, extirpando “a metastase do câncer dos gandulas”, providência de há muito por nós postulada. Agora só falta a desidiosa Conmebol seguir o exemplo.

Muito nos alegraram as ações de alguns árbitros para não permitirem que os jogadores impedissem as cobranças rápidas das faltas, embora alguns ainda não tenham agido tão prontamente quanto deveriam. A evolução nesses pontos, todavia, ainda é muito tímida para afastar completamente muitos dos vícios de que nossa arbitragem padece. É preciso tempo, perseverança e tolerância para que tudo volte ao normal.

Haja trabalho com eficiência técnica e filosófica, além de alto poder de persuasão e, o que é indispensável, ajuda e compreensão de todas as partes envolvidas no futebol. Aliás, neste ponto, vale registrar o que disse Rogerio Ceni, treinador do Bahia, em entrevista coletiva após o jogo com o Corinthians, no sentido de que é necessário um esforço geral para que o ser humano, árbitro de futebol do Brasil, possa atuar com serenidade e sem pressão. Tudo o que só trará bebefício para o esporte.

De outro lado, eis alguns pontos não positivos da rodada, que merecem urgente solução: marcação imediata dos impedimentos claros, bem como dos ajustados, quando não houver possibilidade iminente de um gol ser marcado, pois esta é a única justificativa para os denominados delays (atrasos) da bandeira e do apito. O pior de tudo é a marcação de impedimentos atrasados, quando a lei da vantagem não é aplicada (bola na posse da defesa sem pressão e, mais ainda, na mão do goleiro). Nesses casos, como dissemos na coluna anterior, será a própria arbitragem que estará ferindo a regra do jogo e diminuindo sua fluição. Essa fragilidade técnica tem que acabar.

No tópico da retenção da bola com as mãos pelos goleiros, a par de algumas pequenas e indevidas tolerâncias, ainda houve erros de interpretação da regra. De fato, pois a contagem dos 08 segundos não pode ser definida pelos goleiros, muito menos a partir de quando se levantam e, especialmente, após se atirarem ao solo sem nenhuma razão. A contagem dos 08 segundos deve ser feita a partir do instante em que os goleiros se equilibrarem completamente, após cessarem os movimentos realizados para defenderem a bola. E isto é muito simples de ser percebido pelo árbitro que sabe a essência do futebol, o que é uma obrigação de todo apitador.

Assim, neste ponto, Cintra precisa alertar os árbitros – seria positivo que o fizesse também aos clubes e à imprensa – sobre o sentido da regra, observando, principalmente, que a “sabedoria” ou desconhecimento da lei pelos goleiros, ao se atirarem ao solo sem nenhum motivo, como já dito, não pode ser tolerada. Se o mal não for cortado pela raiz, de nada terá valido à FIFA/IFAB atacarem o problema, embora tenham cometido a imperdoável impropriedade de mudarem a punição prevista na regra alterada, que era de Tiro Livre Indireto, para Tiro de Canto, pois a essência do escanteio exige a saída do campo pela bola, mas que, neste caso, passou a ser fictícia. Não bastasse, a FIFA/IFAB, ao assim agirem, se esqueceram de que só se evitam transgressões com punições fortes e corretas filosoficamente. Desejamos e temos esperança de um futuro melhor.

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