Nas partidas de volta entre River Plate X Atlético MG, Peñarol X Botafogo, bem como em Lanús X Cruzeiro, ocorreram graves fatos de arbitragem que não podem passar sem registro, ao atentarem contra a lisura, a ética e a mínima técnica que as arbitragens devem ter.
No jogo entre River X Atlético, o árbitro, Sr. Wilmar Roldan, ao lado de consentir que os jogadores, comumente em “postura de segredo”, falassem com ele colocando a mão na frente da boca, ainda praticou a injustificável ação de falar com Hulk do Atlético, cochichando demoradamente em seu ouvido. A arbitragem deve praticar todas as ações com transparência total, nada pode ser reservado, escondido, oculto, inclusive os diálogos entre a própria equipe de arbitragem. Transparência gera segurança e evita desconfiança. Como reagiria o Sr. Wilmar Roldan se, ao participar de um processo, visse o magistrado, antes de proferir a sentença, cochichando no ouvido do seu oponente processual? Postura, Sr. Roldan!
Já no jogo entre Peñarol e Botafogo, o tiro penal que o Sr. Piero Maza marcou a favor do Botafogo foi um verdadeiro escárnio contra o futebol. Não se disputa a bola com os braços atados ao corpo, à semelhança de camisa de força. A posição do braço do defensor do Lanús era absolutamente natural, pois compatível com o movimento realizado. Além de tudo, ainda houve o fator surpresa da proximidade e da mudança de direção da bola. Um árbitro, especialmente um FIFA, deve conhecer minimamente o texto e sentido da regra e a essência do jogo. Felizmente, o VAR corrigiu o injustificável erro.
Além desses fatos nesses jogos, em todas as partidas e de ambas as competições, ainda houve a postura dos gandulas (repositores de bolas), que abusam em debochar da ética que deve reinar no futebol, afrontando o princípio da igualdade e do devido respeito a ambas as equipes. O mais grave de tudo é que essa nefasta praxe ocorre como rotina e, portanto, sem qualquer reação da arbitragem e dos gestores das entidades, em que pese os graves incidentes que já aconteceram e as sugestões oferecidas para solução do problema: gandulas profissionais, treinados técnica e eticamente, além de vinculados às entidades de organização das competições, não aos clubes. Quando um desastre muito sério ocorrer, o mal já estará feito. Triste futebol sul-americano.
Por fim, não podemos deixar de registrar, mais uma vez, nossa opinião contrária ao fato de o jogo final ser único, que, contudo, é um mal menor, diante do desastroso fato de o jogo poder ser realizado longe das torcidas de ambas as equipes, como ocorrerá este ano. O certo, pois, mesmo sendo único, seria realizar o jogo no país de um dos finalistas, como poderia ocorrer este ano, caso o River se classificasse. A definição do país e estádio se daria por meio de critério pré-definido. Para a Conmebol, todavia, isso não importa. Afinal, o torcedor rico pode viajar e o pobre, bem, o pobre é o pobre… Este ano, a coisa ficou mais grave, pois duas equipes do mesmo país jogarão longe de sua pátria. Santo Deus! Neste caso, não deveria a Conmebol realizar a final no país das equipes em estádio neutro? Mas o torcedor não importa, afinal, o futebol é feito pelos cartolas e para os cartolas. Ah, estou errado, afinal, se certo estivesse, a imprensa reagiria contra essa “lúcida” postura da Conmebol. Sinal dos tempos!