O árbitro Facundo Tello e seus assistentes, além do VAR, Mauro Vigiliano, fizeram uma arbitragem digna da final da maior competição da América do Sul.
A primeira grande e correta decisão de Facundo Tello foi a expulsão de Gregore, do Botafogo, aos 39 segundos do jogo, por falta em que Gregore assumiu risco de lesionar o adversário, ao atingi-lo na cabeça com o pé. Apesar de Gregore ter disputado e jogado a bola inicialmente, não recolheu seu pé, como devia e podia, após jogar a bola, para evitar o contato. Expulsão correta, portanto.
A ação de Gregore nos conduz a indagar qual seria a razão para os jogadores não evitarem lesionar seus companheiros de profissão, em lances que tal. Seria questão de índole; omissão dos treinadores e dirigentes; formação deficiente na base, inclusive sobre qual seria a essência do futebol? O certo é que é algo para se refletir e, principalmente, para se corrigir.
O Botafogo venceu e tudo cairá no esquecimento, o que prova o amadorismo reinante em nosso futebol. Se o Botafogo tivesse perdido o que seria de Gregore?
A segunda importante e também correta decisão de Facundo, agora com auxílio do VAR, foi o penal marcado a favor do Botafogo, em que Everson fez o movimento inicial para disputar a bola, mas não recolheu os braços, que tocaram em Luis Henrique após este jogar a bola e o derrubou. Pênalti por imprudência.
Facundo ainda acertou no lance em que o Deyverson caiu na área do Botafogo e pediu pênalti, mas que não houve. Com efeito, o defensor do Botafogo cortou a bola limpamente, chutando-a de baixo para cima, sendo que o contato com o pé de Deyverson foi provocada por este, que disputou a jogada de cima para baixo e com as travas da chuteira. Logo, se falta houve foi de Deyverson.
Ademais, Facundo Tello, o Assistente 2 e o VAR também acertaram no lance do 3° gol do Botafogo, pois não houve impedimento. É que se a bola foi inicialmente jogada pelo próprio Junior Santos e depois retornou para ele, após ser tocada apenas em jogadores do Atlético, não há como se falar em impedimento, pouco importando a forma como os adversários tocaram na bola (desvio ou rebote), pois é como se Junior Santos tivesse passado a bola para sí próprio e no percurso tocasse em oponentes.
Vale esclarecer que só há impedimento quando um jogador recebe a bola jogada ou tocada em um companheiro, nunca, portanto, quando um jogador joga a bola para si próprio. Quem imaginou que haveria impedimento certamente não percebeu que nenhum outro jogador do Botafogo tocou na bola, após o toque inicial de Junior Santos.
Agora, a restrição que fazemos a Facundo Tello é em razão da demora em exibir o CV para Gregore, dando lugar para haver reclamações e atrito entre os jogadores e, pior ainda, a impressão de que a expulsão ocorreu por pressão.
Além desse pequeno pecado, Facundo Tello também cometeu outro e talvez maior, ao tolerar, sem a devida e tempestiva reação, as constantes abordagens do Hulk, o “principal embaixador de reclamação de arbitragem em nosso futebol”, que, talvez estimulado por tal parcimônia do árbitro, encostou, em gesto de desafio, senão de desrespeito, seu corpo no do árbitro, em razão do que foi punido com Cartão Amarelo. Facundo, pois, aqui, plantou e colheu.
Para encerrar, o último dever: parabéns ao Botafogo e ao Atlético MG pelo emocionante jogo.