Fludiniz, muito prazer

FOTO DE MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC

Dá prazer assistir aos jogos desse Flu do Diniz, meu! Bola no chão, bem trabalhada em passes exatos, sucessivos, tanto faz se pelas pontas ou por dentro, sempre em direção à meta adversária, marcação avançada, enfim o verdadeiro futebol moderno, eterno, ao contrário do que a imensa maioria dos nossos comentaristas gosta de apregoar nestes tempos repletos de ódios sob a sombra da mais escura ignorância em todos os setores da nossa sociedade.

A turminha gosta de retalhar os esquemas de jogo, como não se tratasse apenas da velha retranca disfarçada em novidade, virtual algoritmo desses aplicativos de match-play na tv.

Nada disso. Faz-me lembrar um encontro com o saudoso 71, o Joao Avelino, na avenida Paulista, coisa de vinte anos atrás, na tarde de um jogo entre Corinthians e Briosa. Depois dos abraços costumeiros, 71 me perguntou se eu iria ao Pacaembu à noite ver o jogo. Respondi que não.  Com um meio sorriso malandro disse-me

-Pois vais perder a chance de conhecer a tática da galinha.

-Tática da galinha?

-Isso mesmo. Junto o pessoal no meio de campo e eles ficam ali ciscando  até que um dispara – goool!

Na verdade, o Fludiniz não fica ali ciscando no meio de campo até que um jogador dispare pra receber a bola na cara do gol.

Ele simplesmente vai envolvendo o inimigo com rápida e certeira troca de passes, sempre avante, quase nunca olhando pra trás, a exemplo do que Guardiola faz com seus times, mesmo com jogadores de menor expressão, alguns deles desprezados por treinadores que o precederam.

O melhor exemplo é Ganso, que nesta noite de sábado ficou no banco, poupado para o jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil, ou do uruguaio Michel Araujo, que entrou no finzinho pra dar aquele passe na medida a William Bigode, que encerrou a goleada sobre o Coritiba por 5 a 2.

Enfim, o Fludiniz é um desses casos emblemáticos e raros no nosso futebol que encanta no trato com a bola e obtém resultado, esse deus da modernidade insípida em vigor por estas terras tapuias.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *