Por las puntas, meu!

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

O encontro sem gols de Venezuela e Peru, no fim de semana, ampliou a perspectiva de o Brasil passar para a próxima fase da Copa América sem muita agonia. Só quem pode obstar o Brasil é o próprio Brasil, resumindo a coisa toda.

A Venezuela que pegaremos nesta terça, embora tenha evoluído muito desde os tempos em que era o saco de pancadas do continente, ainda está, tecnicamente, muito abaixo do potencial brasileiro. Desde que esse seja aplicado devidamente no campo do jogo, o que permanece ainda uma incerteza entre nós.

Passado o nervosismo inicial da estreia, é de se esperar uma Seleção Brasileira mais desenvolta, embora se prenuncie, como de hábito, um adversário bem retrancado, apelando apenas para os contragolpes rápidos, bem ao estilo adotado por quase todos os times da América do Sul, até mesmo do Uruguai, que goleou o Equador, fugindo um tanto de seu modelo convencional.

E como o Brasil pode furar essas retrancas? Por las puntas!, exclamava o saudoso técnico argentino Filpo Nuñes, nos tempos da Academia Verde. E o Brasil atual tem lá dois pontinhas que fazem a festa pelos lados do nosso ataque: os meninos Neres e Cebolinha. E o Richarlison? Ora, o Richarlison tanto faz se pelos lados ou pelo meio, tá jogando muito. Neres fica mais à vontade pela direita, embora canhoto, assim como o inverso se dá com Cebolinha pela esquerda. E Richarlison, pelo meio, oferece ao nosso ataque uma  possibilidade única de deslocamentos capaz de causar vertigem à defesa inimiga.

Mas, essa formação, escalada pelo campo, não parece fazer parte do repertório de Tite.

Sua maior preocupação é reinserir o volante Artur ali no meio de campo, um passo à frente de Casemiro e dois atrás de Coutinho. Ótimo volante no passe curto, Artur, porém, não é dado a surgir de surpresa na área inimiga, quando isso se faz necessário, pois não é só por las puntas que se fura uma retranca; é também pelo meio, com o inesperado do jogador que vem de trás.

Nesse caso, apesar da relutância de muitos, sou mais William com seu drible fácil, tiro certo, e velocidade adequada pra esse movimento.

Fala-se muito em táticas, esquemas de jogo, em equilíbrio e tal e cousa e lousa e maripousa. Mas, tudo isso, no fim, se resume na sintonia fina de escalar o jogador certo pra jogada certa. Ou melhor: armar uma equipe para que o jogo coletivo extraia o máximo de cada individualidade, de acordo com, as circunstâncias.

Porém, mesmo sem tais sutilezas, bem que nosso time tem condições de passar pela Venezuela em Salvador, onde a torcida é sempre mais calorosa do que a paulista que acompanhou um tanto passiva a estreia do Brasil na Copa América.

3 comentários

  1. Alberto Helena Jr.

    Excelente comentário e texto enxuto e claro como sempre meu amigo porém como a gente fala aqui no interior só coloco, na minha humilde opinião, um “arreparo” não considero a torcida paulista passiva frente a selenike do meu Brasil varonil considero sim a torcida paulista que, neste jogo frente a fraquíssima Bolivia, viu a partida de forma como mostrou a realidade do jogo, sem nenhuma ofensa a torcida baiana que considero mais festeira que a paulista porém o futebol não é só festa na arquibancada há que ter raça, vontade de jogar pela amarelinha e deixar suor e sangue em campo o que não se viu frente ao time boliviano não havia festa no futebol praticado pelo Brasil dentro de campo então por que haveria de ter festa fora de campo ? Outra observação que não quer calar que tabelinha generosa para a selenike duas babas logo de cara Bolivia e Venezuela mas jogando melhor que o Brasil do pouco que pude assistir estão Uruguai, Colombia e Chile. Saudações palmeirenses.

    1. Alberto Helena Jr.

      Queria dizer ao amigo internauta João Sardinha que só precisa se falar em relação ao distribuidor de camisas clubista e paneleiro Tite, empregadinho subserviente da C.B.F. é : “que meda de perder a mamata hein santinho do pau oco”…não chegarás a 2022 no Catar aliás Retrantite vai te catar….Saudações palmeirenses.

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