Não dou um passo sem esbarrar na pergunta recorrente: o Brasil vence?

É que quem acompanha essa Copa sabe das surpresas que ela tem nos reservado. Mas, neste caso, não seria surpresa alguma a Bélgica mandar nossa turma de volta ao Brasil antes da hora.

Afinal, os belgas têm mostrado um futebol elegante, bem organizado a partir da distribuição de jogo no meio de campo por De Bruyne, um craque, e altamente perigoso no ataque, com Mertens, Lukako e o driblador emérito Hazard.

Contudo, embora prefira atuar com três zagueiros, já revelou muita vulnerabilidade nesse setor, onde quem segura a barra é o goleiro Courtois, um gigante sob o travessão.

Surpresa mesmo foi o resultado do primeiro confronto entre essas seleções no perdido ano de 1963, porém, vivíssimo ainda na memória deste velhote: 5 a 1 pra Bélgica, com uma exibição de gala de Van Himgst, que, diziam, jogava de óculos.

E olhe que o Brasil, mesmo sem Pelé, era um timaço, com base naquele Santos inigualável dos anos 60, e no Botafogo de Quarentinha e Zagalo. Sim, o Brasil deu o troco um ano depois, no Maracanã, aí já com Pelé que fez um dos tantos gols incríveis que marcaram sua gloriosa carreira.

Mas, quando me fazem a pergunta do dia, minha resposta é imediata: só sei que será um belo jogo, desses que poderão servir no futuro de marca da Copa da Rússia, pois esse time brasileiro é bom, gente. E, a exemplo dos belgas, gosta de atacar com jogadores devidamente vocacionados e preparados para isso.

Como nossa defesa tem se portado com muito mais segurança do que a dos belgas, suponho que, no cotejo de virtudes e defeitos, o Brasil leve vantagem.

De qualquer jeito, seja qual for o resultado final, sempre restará para brasileiros e belgas o prazer de ter visto um verdadeiro jogo de bola, pra compensar, pelo menos um pouco, a dor da eventual volta pra casa abatidos.