
Quem venceu o Coritiba na Vila, neste sábado, não foi o Santos FC. Foi o Vanderlei FC.
Sim, porque, se o Santos não foi o Santos em nenhum momento da partida, Vanderlei foi ele mesmo, de corpo e alma, em todas as dimensões, mesmo machucado, como evidenciava o fato de não bater tiros de meta.
Pegou quatro bolas fatais e, no último minuto, defendeu pênalti de Braz cobrado por Alecsandro, a vítima do puxão de camisa do beque, por sinal, autor do gol solitário do jogo.
Aliás, ainda tenho cá minhas dúvidas sobre a legalidade da posição de Braz, logo aos 7 minutos de jogo, quando se aproveitou de bola vadia na pequena área do Coxa, depois de levantamento feito por Zeca da direita.
Pouco antes, Lucas Lima havia abandonado o campo, machucado, juntando-se assim aos outros três titulares poupados por Dorival Jr., de olho no embate pela Libertadores, terça-feira: Renato, Vítor Ferraz e Vítor Bueno.
O Peixe, claro, não tem um elenco tão fino e abrangente capaz de resistir a quatro desfalques desse tamanho. E se ressentiu disso o resto da partida, dominada de cabo a rabo pelo Coxa, naquele festival de passes errados, pontilhado por faltinhas intermitentes daqui e dali.
A questão, agora, é saber se Lucas Lima, que vinha se recuperando tecnicamente de uma fase em baixa, terá condições de voltar ao campo mais nobre da Libertadores, embora, aqui, o Peixe já esteja nadando em águias claras.
NA LINHA DO GOL
De bom gosto e comovente a despedida de Lahm e Xabi Alonso na goleada do Bayern sobre o Freiburg, por 4 a 1. Mais do que simples craques, ambos deixam em campo uma legenda. Alonso, que fez história no Real, antes de se transferir para a Baviera, sempre foi um médio apoiador ao estilo dos velhos centromédios, revestido de uma elegância sem par – cabeça erguida e passe exato. Lahm, arrisco dizer, foi o maior lateral alemão de todos os tempos – pelo menos, desde que vejo futebol, há mais de seis décadas. Hábil, inteligente, aplicado, tanto na marcação quanto no apoio ao ataque, ainda por cima exercia clara liderança sobre seus companheiros, do Bayern e da Seleção campeã do mundo. Caras como esse fazem falta, sempre.