As voltas que Tite dá

Foto: Pedro Martins/MoWA Press
Foto: Pedro Martins/MoWA Press

Esperei o clássico inglês entre Chelsea e Liverpool pra falar sobre a convocação de Tite. Afinal, lá estariam quatro dos escolhidos pelo treinador brasileiro, se minhas contas não falham (elas sempre falham): Willian, Oscar, Firmino e P. Coutinho.

Estariam… porque Firmino nem no banco ficou, poupado por ter sentido uma fisgada na virilha no último jogo. E é por ele que começo, dizendo que iniciou um campeonato em alto estilo pelo Liverpool, marcando gols e dando assistências preciosas. Não sou especialmente fã de seu futebol, mas, sua convocação é aceitável.

Dos que entraram em campo nesta sexta-feira, P. Coutinho e Willian foram os mais ativos, embora não reproduzissem um jogo à altura de suas capacidades. E Oscar pouco tocou na bola, sobretudo no primeiro tempo. Todos eles, por isso ou por aquilo, acabaram sendo substituídos antes do apito final que determinou a vitória do Liverpool por 2 a 1, com direito a golaço de Henderson – um disparo certeiro no ângulo esquerdo de Courtois do meio da rua.

Mas, não é por um jogo que o escolhido justifica ou não sua convocação.

Veja o amigo o caso de Muralha, goleiro do Flamengo, convocado pela primeira vez na vida, pois, Tite justificou sua chamada não só pelo que vem fazendo na meta rubro-negra, e, sim, pelo que o goleiro cumpriu desde quando agarrava no gol do Figueira, antes de desembarcar no Ninho do Urubu.

Afinal, Oscar, tão apagado no jogo de Stamford Bridge, depois de amargar uma fase de encolha nos últimos tempos de Mourinho no Chelsea, este ano voltou bem à equipe e recuperou sua posição, o que o credencia à volta também na Seleção, embora não tivesse evoluído na mesma dimensão que se esperava desde seu espetacular surgimento.

Quem voltou a crescer, agora nas mãos prodigiosas de Guardiola, foi Fernandinho, outro que retorna à Seleção. Sempre foi um volante ágil, veloz e versátil, mas ficou marcado nas eras Felipão-Dunga, justa ou injustamente.

Fernandinho, obviamente, foi chamado para suprir a ausência de Paulinho, suspenso para o jogo com a Bolívia, que, pelo jeito, terá cadeira cativa na Seleção de Tite, sem tantos méritos adquiridos, além da extrema confiança que o treinador deposita em seu futebol.

Isso faz parte do repertório dos nossos técnicos, desde que o mundo é mundo.

Por meu gosto, aproveitaria a chance pra retrair Renato Augusto ao lado de Casemiro, abrindo espaço a Lucas Lima na armação. Mas…

Por fim, há a volta do zagueiro Thiago Silva, reconhecido mundialmente como um dos melhores jogadores de sua posição na atualidade. Tanto, que frequenta todas as listas dos eleitos para as chamadas seleções da mídia europeia e da Uefa, desde sempre.

Altamente técnico, dono de um sentido de colocação refinado, Thiago é mesmo merecedor dessa convocação, apesar de ser um dos tantos estigmatizados no time de Felipão, sobretudo por ter chorado em momento decisivo da Copa do Mundo no Brasil.

De resto, dá pra montar uma equipe eficiente para vencer Bolívia e Venezuela nos dois jogos que se avizinham pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, o que, dependendo das circunstâncias, pode nos deixar até na liderança da disputa, um prodígio, partindo do princípio de que Tite assumiu com o time fora até da repescagem.

 

 

 

 

 

 

4 comentários

  1. Casemiro, Fernandinho ,Oscar, Willian e Thiago Chororo , Fagner: VERGONHA! FRACASSADOS. Quem disse que isso ai representa a seleção brasileira tá doido varrido. Essa convocação e esse meio de campo de Tite para um dois toques contra a PODEROSA Bolívia a esta altura do campeonato quando acabamos de tomar de 7 x 1 em casa, é um escárnio para quem disse que iria trazer de volta o verdadeiro futebol brasileiro. FORA TITE! A mídia brasileira com raríssimas exceções aplaude esse retranqueiro..

    1. calma doutor Sardinha!O trabalho do Tite na canarinho esta apena começando .tudo ao seu tempo,vamos aguardar! concordo com voce que o 7×1 esta cravado e sacramentado na historia e que ainda não houve um trabalho de reparo e ou criado um novo no futebol brasileiro para mudar as mazelas de nosso futebol. Este trabalho deve começar lá na base ,que no Brasil é muito mal feito , pois a maioria de nossos jogadores são feito nas ruas ..eles chegam na maioria de clubes com seus 17 , 18 ou 19 para as tais peneiras e aqueles que se resolvem vão jogar o sub-17 ,sub-19 nos campeonatos federados e a partir dali são profissi0nalizados com seus vicios e ou defeitos

  2. Como sempre brilhante e irretocável seu comentário. Mestre dos mestres. É o que temos hoje. Não temos jogadores excepcionais como um Nilton Santos, um Garrincha, um Tostão, um Jairzinho, um Carlos Alberto, um Gerson, um Zito, um Romário, um Ronaldo, etc., etc. Isto sem contar o Rei Pelé, dos mais de mil gols (curiosamente, durante um certo tempo discutia-se se Pelé era canhoto ou destro. Provocava admiração suas dezenas e dezenas de gols de cabeça, em razão de sua estatura mediana). Enfim mestre, ainda temos bons jogadores, mas terão que jogar com muita “intensidade” como diz Tite, se quiserem a classificação.

  3. Eu confio no Tite como confiei no Mano e no Dunga. Nada. Seus esquemas de jogo são o perfil dos times que eles dirigem e que na sua essência não tem nada de seleção brasileira. Quem acha que o futebol da seleção deve ser é o do Corinthians ou o do Gremio dirigidos por eles tem toda razão. Tite está tendo um comportamento igualzinho ao do Mano quando começou na seleção, no final sobraram desculpas esfarrapadas e a perda de um tempo precioso com jogadores ultrapassados. Tite vai ser um a mais a fracassar com seu estilo de jogo de resultados e um futebol medroso. É só esperar para ver.

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