
O gol de pênalti logo aos 4 minutos de bola rolando não só animou o San Lorenzo, que jogava sob o impulso de sua torcida, como perturbou o Grêmio, que, em nenhum momento foi aquele time organizado e fluente desde que caiu nas mãos hábeis de Roger Machado.

Mas, o Tricolor gaúcho tinha dois trunfos na manga: um, Marcelo Grohe, que pegou tudo – só não alcançou aquela bola na trave – e o menino Lincoln, de 17 anos, que entrou no lugar de Douglas e marcou o gol de empate já no finzinho da partida, em bola trabalhada por Everton e Bobô.
Empate que, pelas circunstâncias, caiu bem para os brasileiros.
Brasileiros que voltam esta noite a campo, representados por Corinthians e São Paulo.
O Timão recebe em casa o Cerro Porteño, que o bateu em Assunção ainda outro dia, por 3 a 2. Revanche!, clama a Fiel.
Bem que é possível, mas não garantido, pois todos sabem que esse Corinthians ainda sofre as dores do crescimento.
Já o São Paulo meteu-se na longa aventura de chegar a Trujillo, uma viagem de 30 horas, com baldeação em três aviões.
Nada sei sobre o time venezuelano, mas é só olhar a história do futebol de seu país e sua colocação na rabeira do seu grupo pra supor que não se trata de nenhum bicho-papão.
A única questão é saber se o São Paulo vai conseguir jogar bola à altura de suas tradições, o que tem sido raro nesta quadra de sua história. Ainda mais sob esse clima malsão no vestiário, onde pipocam as dissensões estimuladas pelas lambanças da diretoria e da torcida que pede a cabeça dos poucos que sabem tratar a bola com um mínimo de competência. Depois de Casemiro e Maicon, a vez agora é de Michel Bastos, que nem viajou, lesionado.
É esperar pra ver.
NA LINHA DO GOL
Num futebol em que o técnico não tem nem tempo pra treinar o time, uma ou duas mudanças, muitas vezes, fazem a grande diferença. Cuca percebeu o óbvio, ao desembarcar no Parque: é preciso dar consistência ao meio de campo pra que o Palmeiras evolua naturalmente da defesa ao ataque. Como? Passando Zé Roberto, veterano, hábil e líder, para o setor e promovendo logo a volta de um volante de bom passe, Gabriel, ao lado de Arouca, outro que sabe jogar. A eles, junta-se Robinho, e, se, com esses caras no meio de campo o beque der aquele chutão pra frente vai levar cachuleta no pescoço. Com Dudu e Barrios, ou Cristaldo, ou Alecsandro, até mesmo o menino Jesus, lá na frente, a coisa muda de figura.
Agradeço ao Arnaud Pierre o bom gosto e a sensibilidade da edição de imagens do blog anterior sobre samba e futebol. Entre outras coisas, porque o amigo escolheu uma ilustração do meu saudoso parceiro e grande desenhista Miécio Caffé (a do Fried), a quem devo a a mais preciosa coleção de minha pobre existência: todas as gravações de Orlando Silva, o maior cantor do Brasil, desde o jingle da Brahma até seu último disco, em cassete, além de uma caricatura histórica do grande intérprete, aquele que, se o amigo não sabe, influenciou até mesmo Sinatra. Coisas do coração, pois, como no velho samba, “Ando cheio de saudade/ Vagando pelas ruas da cidade/ Sorrindo, sem razão para sorrir/ Aguardando a decisão do destino que há de vir”.
Em jogo antecipado pelo Paulistinha, o Santos bateu o XV em Piracicaba, por 1 a 0, gol de cabeça de Gustavo Henrique, em cruzamento de Lucas Lima da direita, ainda no primeiro tempo. Mas, não foi bem o Peixe desta vez. O XV teve o controle do jogo a maior parte do tempo e criou as melhores chances de gol. Mesmo assim, com a vitória, o Santos segue à frente no seu grupo com as maiores possibilidades de chegar novamente ao título.