Justo ou injusto, deu empate na Vila

Foto: Miguel Schincariol/Gazeta Press
Foto: Miguel Schincariol/Gazeta Press

É muito comum a gente ouvir por aí que não há justiça ou injustiça no futebol. Quem diz essa asneira, por certo, há de considerar que esse intrincando jogo, com vinte e dois carinhas tentando controlar a caprichosa bola, a cabeça cheia de táticas e os pés afiados, não passa de uma moedinha da sorte jogada ao léu.

Há toda uma ciência aplicada na estrutura de uma partida de futebol, que envolve desde a preparação física dos jogadores até a atuação anímica da torcida, a qualidade do gramado e tal e cousa e lousa e maripousa, além, claro, do talento individual e das estratégias coletivas de cada equipe. Assim como há sempre uma boa dose do acaso, como em tudo na vida.

Resumir tudo isso, porém, apenas aos números estampados no placar, é, além de simplório, deletério, pois contribui para rebaixar o espetáculo às suas formas mais primárias e desprovidas de emoção e graça.

Portanto, há justiça, sim, no futebol, quando um time mais bem preparado em todos os sentidos do que o outro, vence o jogo, ao cabo. Um time que trabalhe melhor a bola do que o outro, que o envolva, crie mais chances de marcar gols, enfim, que se revele melhor do que o adversário ao longo da partida.

Assim como há sua contrapartida, a injustiça. Pois, foi o que se viu esta manhã na Vila, quando o Santos cedeu o empate para o Sport no último movimento do jogo, numa falha do goleiro Vladimir, que havia feito antes duas ou três defesas providenciais.

O fato é que o Santos, apesar da boa postura defensiva do Sport, que soube explorar bem alguns contragolpes, dominou a bola, os espaços, e o espírito do jogo, tocando a bola com fluência sempre em direção à área inimiga. E chegou ao seu gol com Robinho, em manhã inspirada: bola cruzada à área, Robinho enfiou a cabeça, o goleiro rebateu, Ricardo Oliveira, em posição irregular, cabeceou na trave, e, na volta, belo voleio de Robinho. E aqui entra o fator injustiça, pois o gol deveria ter sido anulado.

O Sport empatou com Joeliton, na sequência de falha de Lucas Lima na saída de bola da defesa. Injustiça flagrante com o melhor meia em atividade no atual futebol brasileiro.

Mas, justiça seja feita: Werley, de cabeça, na cobrança de corner de Lucas Lima, desempatou.

Na sequência, o Peixe teve mais três chances de ampliar, a melhor delas quando Robinho serviu a Lucas Lima que cruzou para Gabigol, sozinho diante das redes vazias, chegar um tiquinho atrasado e tocar pra fora.

Eis, então, que a injustiça se perpetra no último segundo no tiro próximo mas fraco de Samuel Xavier que resvala nas mãos de Vladimir e morre nas redes.

Bem, mas o fato é que, justo ou injusto o placar, o jogo foi muito interessante, o bastante para justificar o torcedor acordar mais cedo no domingo. E é isso que importa.

 

 

 

 

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